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Fotos

Os GIFs do Guido Argel são de chorar

O fotógrafo carioca mistura analógico, 3D e digital para produzir essas belezas em movimento.

Mais velho e batido que o meme das fotos da festa que ficaram ótimas são as próprias imagens de rolês cheios de gente bonita, sorrindo e segurando drinques coloridos. Partindo da premissa de que isso caiu na cafonice faz tempo, o carioca Guido Argel, 23, reformulou sua própria leitura ao dedicar-se à cobertura da vida noturna em inferninhos do Rio de Janeiro. Com uma câmera analógica, ele faz fotografias em 3D. Apesar de utilizar filme, o processo de montagem para tornar as imagens em GIF é digital. "Esses dois fatores me trazem uma imperfeição meio que orgânica, natural, deixando as fotos com alguns pequenos detalhes que só quem perde um tempo olhando consegue reparar", relata o fotógrafo.

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Estudante de audiovisual na Universidade Federal do Rio de Janeiro, Guido é sócio do coletivo Zebraa, que investe na cobertura de festinhas alternativas das cidades do Rio, de São Paulo e Salvador. Matheus Thierry, fotógrafo que já apareceu aqui na VICE e dono de um olhar igualmente inusitado, é um de seus colegas de trabalho.

Fotos e GIF: Guido Argel

O objetivo do Zebraa, conta Guido, é produzir conteúdo autoral, com alguma relevância artística e livre para experimentações. "Será que é realmente necessário fazer 200, 300 fotos para documentar um evento?", questiona.

Assim como a moda e a música, a fotografia é cíclica. No início dos anos 2000, a lomografia voltou com tudo entre os usuários do Flickr. Depois, com os filtros coloridos do Instagram, o analógico foi relegado. O uso exaustivo de aplicativos frufruzentos e tratamentos de imagem carregados entre adeptos, leigos, amantes e profissionais da fotografia acabou cedendo lugar novamente ao filme.

Fotos e GIF: Guido Argel

Guido, que veio ao mundo em 1994, justifica seu método de produção: "Nasci dentro da era digital, e a escolha pelo analógico não é só estética. Apesar de gostar muito do grão, das cores e da latitude que o filme te provém, a grande diferença do analógico é o processo, e é nele que presto atenção".

Apesar de ser possível chegar a resultados bem próximos do analógico digitalmente, é a diferença que existe no modus operandi que encanta o carioca. "Não se pode ignorar a importância do processo, a hora do clique. É muito diferente trabalhar com uma DSLR e com uma câmera da década de 60, por exemplo, toda mecânica, sem parte eletrônica."

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Fotos e GIF: Guido Argel

Além do tradicional filme de 35mm, Guido utiliza também o médio formato (que é quadrado e cujos filmes são em 120mm e 220mm) e fotografia instantânea. Sua câmera principal, a analógica Nimslo, inicialmente produzida nos EUA durante os anos 80, faz quatro fotografias diferentes no mesmo instante, cada uma com uma ligeira mudança de ângulo. "Uso muito as bordas pra criar um outro aspecto. Gosto da textura que consigo alcançar com o filme e a lente barata da câmera."

Em breve, as experimentações em 3D do Guido estarão num clipe do Marcelo D2, que será lançado no dia 30 de março. Enquanto isso, senta e chora vendo estes GIFs lindos. (E, depois, dá um confere no Instagram dele.)

Fotos e GIF: Guido Argel

Fotos e GIF: Guido Argel

Fotos e GIF: Guido Argel

Esta é a imagem que abre a matéria. Mas pensamos que você merecia vê-la em movimento. Fotos e GIF: Guido Argel

Fotos e GIF: Guido Argel

Fotos e GIF: Guido Argel

Mais fotos & gifs do Guido aqui.

@DeboraLopes

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