O Crackinho vai entrevistar o Rafael Ilha

Imagem via Facebook.

Enquanto você lê esta matéria, o Crackinho entrevista (ou já entrevistou) um dos toxicodependentes mais famosos do Brasil, o ex-Polegar Rafael Ilha. A entrevista vai ao ar provavelmente em outubro.

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Criado pelo Fábio Mozine para zoar um amigo que, segundo ele conta, andava meio sujismundo, “parecendo um crackinho que anda”, o personagem ganhou sucesso ao entrar no final do clipe de “Pedra”, da banda Mukeka Di Rato. Ele foi animado pelo Fernando Rick, da Black Vomit Filmes, que hoje tornou-se parceiro de Mozine no talk show. De lá pra cá, virou o principal item de merchandising da Läjä Records, gravadora underground criada por Mozine no final da década de 1990.

O fato é que o talk show soma-se a uma gama de produtos comerciais que só faz crescer. A Läjä produz e vende camisetas, bermudas, moletons, adesivos, canecas e até um boneco do Crackinho.

Como atesta a notícia mais recente sobre o talk show, a aposta dos criadores do Crackinho Talk Show é diversificar a linha editorial para fugir do roquenrol e da música, embora seja inegável o peso das participações iniciais, como os episódios no ar com Givly Simons, vocalista da Figueroas Lambada Quente, Jão do Ratos de Porão, e com o produtor Carlos Eduardo Miranda. Com duração média de pouco mais de 10 minutos, já estão no ar no YouTube os três programas.

“A nossa ideia é misturar gente de perfis e áreas diferentes e agregar todo tipo de político, não fazer uma parada chapa branca e nem só de música, nem só de rock, mas assuntos aleatórios e diferentes”, contou Rick. Já Mozine foi mais direto e menos polido ao revelar o critério básico para ser entrevistado pelo Crackinho. “O critério é não chamar babaca, pessoas nocivas, ruins, que simpatizem com ideias de extrema direita. Essas pessoas estão cortadas. Quero chamar pessoas que nunca foram entrevistadas”, resumiu. Foi idealista. Meio ditatorial, até.

“A maioria das coisas do Crackinho, incluindo o seu surgimento, foi acontecendo por acaso, sem muita pesquisa, tipo, “vou criar um personagem” e começo uma pesquisa, nossa! Não, foi tudo surgindo, fizemos camisa, short, caneca. Então, o talk show do Crackinho, a animação, o desenho, foi surgindo. O talk show é um produto cultural, uma tentativa de fazer umas entrevistas diferentes”, disse Mozine.

Apesar da expectativa em torno do produto, Mozine contou que, por enquanto, o talk show vai ser exibido apenas no YouTube. “Não tem nenhuma grande plano de mandar isso pra televisão, nem nada. A gente nunca sabe o que vai acontecer, né? Mas não tem nenhum “plano maquiavélico” por trás disso”, desconversou.

Bônus e ônus

Ninguém duvida que o Crackinho tornou-se uma boa fonte de renda para o Fábio Mozine. Nem ele desmente. Apesar de não revelar valores que fatura com sua irreverente criação, não é difícil constatar a força do personagem: basta visitar a loja virtual da Läjä Records para conhecer a lista de produtos estampados com o Crackinho: Por enquanto, são camisetas, bermudas, bótons, moletons, bonés, adesivos, canecas e boneco. Em breve, um livro para colorir. Não há limites para esse pessoal.

Por outro lado, Mozine brinca em suas redes sociais com os fãs meio desmiolados que estão espalhando tatuagens do personagem pelo corpo. “Se sou o tutor desta pobre alma, corto-lhe as costas no rabo de tatu a ponto de Paixão de Cristo parecer filme da Pixar”, brincou sobre um que lhe enviou fotografia do Crackinho tatuado na perna. “Meu sonho é que Christo volte a Terra e ampute este pé, obrigada. #‎crackinho‬ #‎crazy‬ #‎tattoo‬”, implicou com outro que publicou foto do personagem tatuado no calcanhar. ‬‬‬‬‬‬‬‬‬

Assista aos programas: Crackinho Talk Show

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