Sabemos bem do que vais falar este Verão
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análise

Sabemos bem do que vais falar este Verão

A "silly season" está aí à porta, por isso descortinamos nove assuntos que, muito provavelmente, vão estar na ponta da língua de toda a gente.

Todas as fotos pelo autor.

Na próxima semana começa um dos principais festivais de música em Portugal – o NOS Primavera Sound Porto - e, daqui a menos de um mês, o Verão arranca oficialmente. Em jogada de antecipação, apostamos as nossas fichas em assuntos que vão ser motivo de conversa nesta época estival.

Uns mais atractivos que outros; uns com maior nível de seriedade; outros com o toque corriqueiro/banal tão próprio da estação. Sejas fã ou não do topless veraneante, aconselhamos a preparares o parlapiê à volta destes nove tópicos – essencialmente para quando tiveres de partilhar os teus argumentos junto de amigos e conhecidos. O pontapé de saída é feito com um recente e infeliz assunto em modo breaking news.

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Atentado no concerto de Ariana Grande em Manchester

"Que os sorrisos dos melómanos nos façam esquecer tamanhos horrores e mantenham a liberdade como uma honra aprazível".

A "nova normalidade" parecia já não surpreender tanto como em alguns eventos passados. Todavia, com o atentado na Arena de Manchester, onde o público-alvo foram na sua maioria adolescentes, os assassinos-terrorristas abriram uma nova Caixa de Pandora.

Não que haja mortes mais valiosas que outras, mas estas demonstram até onde esta escumalha pode ir, acentuando a estupidez da sua existência opaca e com inveja pela vida dos outros. "Como proteger melhor os cidadãos?" e ideias para vigiar possíveis criminosos, irão estar no discurso de quem procura soluções.

Em Portugal, com os grandes festivais à porta, espera-se que a tranquilidade reine e a única perturbação surja na impaciência por alguma fila "infinita" para as bebidas, toilet, ou entradas no recinto. Que os sorrisos dos melómanos nos façam esquecer tamanhos horrores e mantenham a liberdade como uma honra aprazível.

As festas de Lisboa e a festa (exagerada?) por alguns famosos à procura de casa em Lisboa

"Com tantos famosos a quererem ter 'um pedaço' por cá, nem precisamos de lançar a moeda na 'fonte dos desejos' e pedir para que outros se sigam".

É tempo de party. Já temos saudades das Festas de Lisboa, "patrocinadas" pelos Santos Populares, e os estômagos andam ávidos por sardinhas. Fora deste âmbito, quem tem merecido enormes comentários são as estrelas planetárias com casa, ou à procura de casa, nesta cidade. Depois de Cantona, Monica Belucci e Michael Fassbender (a sua girlfriend é a actriz Alicia Vikander), agora fala-se de Madonna e Phil Collins.

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Quando o edil de Lisboa, Fernando Medina, resolveu visitar a cantora de La Isla Bonita no Hotel Ritz, ou se abriram os Jerónimos, depois do horário de abertura ao público, para que ela visitasse o monumento com sossego, as opiniões dividiram-se. Uns dizem que é parolice da nossa parte, outros defendem que é de aproveitar a sua presença, pois é quem é e ter nove milhões de seguidores no Instagram é a melhor publicidade para o turismo local – e para as "águias", dirão os benfiquistas, pelas fotos dos seus filhos com o jersey do clube da Luz.

Com tantos famosos a quererem ter "um pedaço" por cá, nem precisamos de lançar a moeda na "fonte dos desejos" e pedir para que outros se sigam.

"Amar Pelos Dois"

"'Amar Pelos Dois' é de livre interpretação, não sendo dirigida a nenhum 'ele' ou 'ela"' específico".

A interpretação de Salvador Sobral na Eurovisão teve vários significados. Relembrando: a primeira vez que o País (ou, pelo menos, os que têm curiosidade pelo evento) festejou a vitória em 49 participações; o tema mais votado pouco ou nada tinha a ver com a maior parte dos "confettis" sonoros; e o aparecimento de um herói improvável que ofuscou, em certa medida, o fim-de-semana do tetra benfiquista e a visita do Papa Francisco.

Concentrando o foco na letra composta pela irmã de Salvador, Luísa, podemos também afirmar que Amar Pelos Dois é de livre interpretação, não sendo dirigida a nenhum "ele" ou "ela" específico. Não espanta se figurar nos próximos Prémios Arco-Íris, da ILGA Portugal. Devia.

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Onde passar férias

E tu, para onde vais?

Apesar do buraco financeiro nas contas públicas ser coisa para ser paga na totalidade em muitíssimos anos, há um optimismo no ar liderado pelo governo de Costa. Seja pelo crescimento de 2,8 por cento no primeiro trimestre, pela Saída do Procedimento por Défice Excessivo, ou porque Centeno foi apelidado como o "Ronaldo" do ECOFIN, a verdade é que este sentimento de "ir de vento em popa" vai tomar conta de muitos portugueses nas férias "merecidas" e "retemperadoras".

Com o receio de situações pouco desejáveis em algumas badaladas cidades europeias, explorar os recantos de Portugal, ou visitar places exóticos noutros continentes, são prioridades para quem pode dispensar euros neste objectivo. E tu, para onde vais?

"Epá, tens que ouvir o disco deles!"

Bem sabemos que não perguntaste nada, mas queres saber a nossa opinião sobre os sons made in 2017

No meio de tanto festival e das conversas à volta da música, não vai faltar quem recomende o CD X, ou o disco Y aos seus companheiros. Lembrar como era há duas décadas, é voltar ao lema "todos iguais, todos diferentes". As recomendações continuam, mas a forma de obter determinado álbum ou canção já passa por "outros" locais.

Por razões monetárias, o hábito de fazer download pirata é cada vez mais recorrente. Há artistas que não gostam, outros convivem saudavelmente com a realidade e os intermediários (editoras, lojistas) lá vão sobrevivendo com diversas estratégias de persuasão.

Nos entretanto - e bem sabemos que não perguntaste nada -, queres saber a nossa opinião sobre os sons made in 2017? Além daquilo que destacamos em Março último, acrescentamos os álbuns de Aldous Harding (Party, tem produção de John Parish) e Kendrick Lamar (DAMN), a par dos temas dos LCD Soundsystem (Call the Police), Black Angels (Currency), Thurston Moore (Ceasefire), Molly Nilsson (About Somebody; ouve lá isto), Luis Severo (Meu Amor), Sufjan Stevens com músicos de outras bandas (Mercury), Benjamin/Barnaby Keen (Terra Firme), Father John Misty (Pure Comedy), War on Drugs (Thinking of a Place), Amber Mark (Monsoon ft. Mia Mark), Chilly Gonzalez com Jarvis Cocker (The Tearjecker Returns), BNQT (Failing at Feeling), Future Islands (Ran), The National (The System Only Dreams in Total Darkness) e Beach House (Chariot).

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As séries televisivas que mexem connosco

Tudo tem uma razão de ser!

Primeiro: saudemos a nova temporada de House of Cards e o regresso do intrigante Twin Peaks. Segundo: são muitos que têm a sua "novela sofisticada" e há quem diga que estas podem melhorar relacionamentos através do ritual binge watching. Com ou sem anel adocicado para um compromisso de visionamento a dois (vê lá isto, anda), entendemos que esta febre - nada estúpida, diga-se – tem a sua razão de ser.

A qualidade da produção é, hoje em dia, excelente e, sem surpresas, há actores e actrizes que deixaram o protagonismo no cinema para serem exclusivos do mundo televisivo, ou se preferires, "netflixiano". O facto de encontrares uma alma com a mesma admiração por determinada série, pode significar "o início de uma bela amizade". By the way, a 17 de Julho, regressa Game of Thrones. É marcar na agenda.

M de Macron, May ou Merkel e I de Impeachment para Trump

Também há nuvens negras, no Verão que se aproxima.

Falar de política no meio do calor, pode ser um mega turn off entre duas pessoas. Por outro lado, a conversa tem tudo para ser apimentada, desde que os interlocutores estejam minimamente interessados. Na Europa, os nebulosos problemas (como a emigração e o terrorismo) estão nas mãos da letra "M"; nos EUA, a "I", de Impeachment, é o que algum establishment gostaria que viesse a acontecer.

Ultimamente, é o genro de Trump no olho do furacão devido aos alegados encontros com entidades russas durante e depois da campanha presidencial. À espera de ver a sua influência reforçada na geopolítica internacional, a China e a Rússia - mesmo que não o digam de boca cheia - sonham com a queda do gigante americano. Noutros olhares para o globo, mesmo que preferíssemos que fosse harmless, como o filme que o caricatura (The Interview), o lunático da Coreia da Norte continua com experimentações nucleares. Na América do Sul, o Brasil vive um impasse - em resultado da epidémica corrupção - e a Venezuela é já um caso de crise humanitária.

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O estilo é um gajo "alternativo e angelical"

Sem pretendermos ser o "Polícia da Moda", acreditamos que a época é propícia para ficar de olhos esbugalhados, porque andamos despidos dos casacos e outros acessórios mais ligados à meteorologia friorenta.

O sussurar , "Já viste aquele/a ali?", é imenso e nos festivais a coisa ainda é mais estimulante, com a indumentária, em alguns casos, a ser pensada ao pormenor – há quem vá para ser visto, certo? No meio de tanta "originalidade", o engraçado seria ter em Paredes de Coura, ou no Alive, alguém com a t-shirt dos irmãos Rosado (os Anjos) com a inscrição nas costas, "Eu é que sou alternativo". Isso, ou o look deste nosso "amigo" aborígene.

Taça das Confederações: mais um milagre à "Fernando Santos"?

O altar particular do engenheiro Santos. (Não é, mas podia ser)

A partir de 18 de Junho, estaremos colados aos ecrãs para ver a actual campeã europeia a tentar a sua sorte na Taça das Confederações, na Rússia. O arranque é feito com o México; a 21, jogamos com os anfitriões; e a 24, defrontamos a Nova Zelândia. Depois do título que poucos acreditavam que fosse possível, será que o engenheiro (e toda a comitiva) nos vai brindar novamente com um triunfo?

Vendo bem as coisas, a Alemanha é a única poderosa que pode dificultar a tarefa da equipa das quinas. Um dia antes, a 17 de Junho, os Sub-21 começam a disputar o Europeu, em território polaco – o primeiro jogo é com a Sérvia; a 20, frente à Espanha; e a 23 é a vez da Macedónia. Se os mais novos tiverem melhor resultados que a Selecção A, não vão faltar vozes a questionar a não convocatória de Renato Sanches e do "amuleto" Éder para o team capitaneado por Ronaldo.

Outros cinco motivos de falatório que são muito bem capazes de entrar Verão adentro: a dança das contratações no futebol nacional e além fronteiras; o video de cariz sexual num autocarro durante a Semana Académica; Autárquicas em Outubro; incêndios nas florestas; e o jogo Baleia Azul.