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Noisey

Sete músicas do Bonde do Rolê que o MBL censuraria

Ou melhor, boicotaria.
Screenshot do clipe de "Picolé".

No último domingo (10), a exposição "Queermuseu - Cartografias da Diferença na Arte Brasileira", que abordava questões de gênero e estava em cartaz no Santander Cultural de Porto Alegre, foi cancelada após protestos de que suas obras incentivariam a pornografia e a pedofilia. Em grande parte, os protestos foram impulsionados por postagens feitas na página do Movimento Brasil Livre (MBL), que reivindicava principalmente que a mostra havia sido possibilizada via Lei de Incentivo à Cultura.

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Sem entrar no mérito da discussão censura versus boicote que o MBL vem tentando emplacar para clamar inocência desde que a exposição foi cancelada, não podemos deixar de lembrar de outras obras que seriam, talvez, encaradas como um atentado à moral e aos bons costumes defendidos pela instituição: as faixas do Bonde do Rolê, banda curitibana encabeçada por Pedro Ferreira, que é também líder e cofundador do MBL. Como pimenta nos olhos dos outros é refresco, o que se segue abaixo é uma análise de sete sons do grupo que provavelmente seriam mal vistos pelos conservadores brasileiros. Acompanhem.

1. "Picolé"

A tal "pornografia" que o MBL tanto criticou é o que mais dá as caras nas músicas do Bonde do Rolê. "Picolé", por exemplo, usa a analogia mais óbvia possível pra falar de sexo oral e um clipe que é na verdade mais confuso do que sugestivo. Considerando tudo isso e a zuera com imagens cristãs, dá pra dizer que a rapaziada do MBL provavelmente não curtiria o vídeo.

2. "Kilo"

Aqui rola outra analogia besta pra sexo, mas o clipe consegue atingir níveis absurdos de ridículo, com bananas, kiwis, mamões, mulheres encharcadas de leite de côco e tudo o mais que você pode imaginar pra construir a simbologia mais chula possível.

3. "Divine Gosa"

Uma das principais preocupações do MBL com era a "doutrinação das crianças" pela "Queermuseu". Acho que eles não ficariam muito felizes, então, com a descrição de sexo lésbico que rola em "Divine Gosa": "Esfrega daqui e roça de lá/Arranha a aranha pra chapa esquentar".

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4. "Dança do Zumbi"

Apologia às drogas? Acho que certas instituições conservadoras não gostariam disso aqui, hein. Mete-lhe o boicote.

5. "Tieta"

Conte quantos sinônimos de pinto e bunda você ouve nesta canção. Sério, conte. Eu parei em cinco.

6. "Sarita"

A ideologia de gênero que o MBL temia na exposição está toda em "Sarita", faixa que fala sobre uma travesti prostituta.

7. "Máquina de Ricota"

Essa aqui eu prefiro nem comentar. Dê play nesta viagem de escatologia por sua conta e risco.