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O Filipe Melo e o Rodrigo Nogueira vão estar hoje no 5.ª à Avenida

Hoje voltamos a marcar encontro na Avenida da Liberdade.

Chegou a vez do Filipe Melo e Rodrigo Nogueira tomarem conta do 5.ª à Avenida Durante este mês de Julho foram muitos os momentos de qualidade aproveitados nos quiosques da Avenida da Liberdade: houve Cutty Cocktails fresquinhos a rodar de mão em mão, música escolhida por ilustríssimos anfitriões e sobretudo a vossa presença, sem a qual já nem sabemos fazer uma festa. Chegámos aos últimos dias de Julho e a Avenida prepara-se para se despedir de um belo mês com nova rodada de bebidas e dois convidados para passar discos. Desta vez a responsabilidade de dar música à Avenida recai sobre dois campeões: Filipe Melo e Rodrigo Nogueira. O primeiro é uma das mais admiráveis forças criativas deste país e já o vimos a fazer um pouco de tudo: filmes de zombies, banda-desenhada, épicos dedicados a grandes ícones da nação (Um Mundo Catita é um tesouro para a vida). Filipe Melo desafia todas as limitações de orçamento e ainda por cima também é um pianista bastante solicitado. Não menos solicitado é Rodrigo Nogueira, um terço da equipa CIMENTO., que de há uns anos para cá tem escrito sobre humor e outros tópicos culturais em diversas publicações. É ele também o entrevistador cheio de ennui que recebe convidados no sofá de Falacidades. O Rodrigo sabe animar o pessoal e, com sorte, pode até ser que passe uma de Isley Brothers. Tudo isto estará ao vosso inteiro dispor entre as 19 e as 2 da manhã de hoje, no quiosque Bambu da Avenida da Liberdade. Fotografia por Pedro Loureiro Que músicas achas que te vão acompanhar para sempre?
É imprevisível. Gosto de coisas diversas e aprendi com a idade a procurar as coisas boas nas coisas que oiço. Tens algum guilty pleasure que te envergonhe no mundo do jazz?
Não me envergonho de nada! Estou preparado para tudo. Os músicos de jazz não são especialmente preconceituosos. O facto de seres pianista vai influenciar a tua selecção musical?
Creio que não terá qualquer influência. Aproveitarei a oportunidade para experimentar algo que queria fazer há muito tempo. Vamos todos fazer um jogo, clássico do jazz, chamado "Blindfold Test". A selecção musical será baseada nisso — sentamo-nos à mesa, toca uma música, quem souber o nome da música e/ou dos músicos, escreve num papelinho. Acaba a música, vemos os papéis e quem acertar ganha um Cutty Cocktail (acho que vou ficar depenado). Isto dura 1h e meia, por isso, quem tiver bom ouvido pode apanhar uma narsa à minha pala. Fixe, não é?

Se pudesses escolher um convidado vivo ou morto para receber no sofá do Falacidades, qual seria?
Uma qualquer pessoa importante e extremamente ocupada, para lhe fazer perguntas básicas e muito óbvias que não só quase toda a gente que as entrevistou já fez, mas cujas respostas são facilmente acessíveis através de uma pesquisa no Google. E, claro, demonstrar um total desconhecimento da sua obra e do contexto em que se insere. Ou alguma das minhas maiores inspirações nesse campo, entre entrevistadores nacionais ou internacionais (e eu próprio, nos meus piores dias). Sentes que uma parte do espírito de CIMENTO te acompanha nestes sets que fazes em teu nome?
Claro. Especialmente se o Ilo (que, já agora, vai ao 5ª à Avenida no dia 4 de Setembro) e o Mário aparecerem lá, algo que costuma acontecer, quererei sempre impressioná-los. Sabemos que o teu pai é um verdadeiro conhecedor de Bossa Nova e choro. Foste absorvendo algumas dessas pistas ou desenvolveste algum tipo de resistência à música brasileira, como fazem os filhos rebeldes?
A não ser que o teu pai seja um ser humano horrível, é parvo quereres ser rebelde e insurgir-te contra o que ele tiver para te oferecer. Ainda assim, acho que ele não aprovaria sequer um quinto das minhas escolhas para quinta-feira, sejam elas quais forem. O meu pai é conhecedor de tudo o que seja brasileiro e ainda outras áreas, isso passa um bocado para mim, mas talvez não o suficiente. Agora que penso nisso, se calhar podia ter aproveitado melhor. Ainda posso. Mas obrigado por me terem feito repensar toda a minha vida. Vais ter a companhia do Filipe Melo nesta noite de Cutty Cocktails. Há alguma citação ou momento de “Um Mundo Catita” que para ti mereça mesmo estar lá no alto de toda a série?
Tenho: "Para mim, o maior artista português é os Delfins." É demasiado óbvia, eu sei, mas é clássica por alguma razão.