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Música

O Best dos "Best Of" da VICE

Já em regime pós-listas, esta é uma viagem aos destaques musicais das redações da VICE por esse mundo fora.

Num Mundo cada vez mais global, não deixa de ser no mínimo curioso que, nas diversas listas dos melhores discos de 2015, constem muitos "cromos repetidos". Nunca pondo em causa a qualidade desses artistas, a verdade é que há mais vida para além dos consensos. Já em regime pós-listas, esta é uma viagem aos destaques musicais das redações da VICE por esse mundo fora. Entre as listas e destaques das suas 34 congéneres, a VICE Portugal escolheu oito canções que nos soaram a mel.

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I.D.A.L.G. - "Demi-Serpents"

De Montréal, Québec, no Canadá, os I.D.A.L.G. são compostos por seis elementos. É um facto curioso estes canadianos terem também muitos elementos, à semelhança dos Arcade Fire, ou Godspeed You! Black Emperor. A sonoridade é descrita pelos próprios como Punk psychédélique / Rock exploratoire / Pop hypnotique e se eles próprios o dizem é porque deve ser verdade. Há aqui um break de bateria old school que é espectacular e esta pode mesmo ser daquelas que ficam em "repeat" por algum tempo.

Girl Band - "Why They Hide Their Bodies Under My Garage?"

De Dublin, na Irlanda, vem algo sanguinário, e não, não estamos a falar nem dos U2, nem do "Sunday Bloody Sunday". Os Girl Band fizeram uma versão deste "Why They Hide Their Bodies Under My Garage?", que contém nudez, nomeadamente uma pilinha, e alguns outros órgãos internos, pouco propícios a vegetarianos. Para quem não conhece o original - do projecto Blawan - a letra é simples de decorar, vão ver.

The Suicide Of Western Culture - "Amor de Madre"

Da localidade de Rubí, muito perto de Barcelona, os electrónicos, The Suicide Of Western Culture, apresentaram em 2015 este tema psicadélico, "Amor de Madre", uma verdadeira pedra preciosa, ou a prova de que ainda está na moda tripar no deserto.

Marietta - "Chewing Your Bones"

Longe vão os tempos em que em Portugal se ouvia a "chanson française" como produto pop do momento. Hoje em dia a língua já se estranha e nem sempre se entranha, o que é pena. Contudo, na nova vaga musical gaulesa, a língua inglesa funciona também como escape universal. Com raízes em Metz, Marietta, de Guillaume Marietta, tem em "Chewing Your Bones" um momento zen que sim, até pode ser qualquer coisa à la Tame Impala, mas que é perfeitamente consistente com os seus garage rockers, The Feeling Of Love, onde é guitarrista e vocalista.

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Fribytterdrømme - "Fribytterdrømme"

Os escandinavos sempre souberam fazer música bastante diversificada em simultâneo. Dos Roxette aos Raveonettes, dos Ace of Base aos The Knife, dos Abba aos The Hives… Da Dinamarca com amor, e num dia de sol em Copenhaga, este tema é especial e é só para duros. Para começar, tem 20 minutos, depois é cantado em dinamarquês, e por último, ora tentem lá dizer isto à primeira: Fribytterdrømme. A canção tem o mesmo nome da banda, e pode ser traduzido como "Sonhos do Pirata".

Elza Soares - "Maria da Vila Matilde"

Do Brasil pode muito bem vir uma das letras do ano: "Cê vai se arrepender de levantar a mão pra mim!", ou "Eu jogo água fervendo se você se aventurar" e toda a classe de quem nunca perde a dignidade ao dizer _"Mão cheia de dedo. Dedo cheio de unha suja. E pra cima de mim? Pra cima de _moi_? _Jamais, mané!". Um verdadeiro aviso à navegação da veterana Elza Soares, com o seu samba desconstruído, directamente para todos os machões que batem nas mulheres, curiosamente, esses sim, uma cambada de maricas.

The Dining Rooms "space is the place"

É o som que por vezes é preciso ouvir ao fim de um dia chato, chuvoso, cinzento e frio. De Milão, o projecto italiano The Dining Rooms, apresenta um tema tipicamente chillout, com um vídeo todo arty, e que pode remeter para lembranças daquilo que se fez no Verão passado. O título do disco é deveras pertinente: chama-se "Do Hipsters Love Sun (Ra)?". Uma questão, como todos sabemos, fracturante e essencial ao desenvolvimento das sociedades contemporâneas. Ou não.

Rionegro - "Amazonas"

Agora que toda a gente pode ser DJ, se quiseres fazer um brilharete podes ir buscar uns sons colombianos que ninguém conhece. E pode ser que te safes. Dos arredores de Medellín, Rionegro é um som que mistura aguardente e substâncias alucinantes. Tudo numa espécie de ritual pela noite fora, em toada viciante e pagã.