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Música

O diário de Paredes de Coura - Parte 1

Paredes de Coura está aí a chegar e decidimos marcar a coisa para a posterioridade.

Vila Nova de Gaia, 9 de Agosto de 2012
14h13 Este ano, serei pendura na romaria rodoviária a Paredes de Coura. Por vontade própria e, porventura, divina. E para alívio dos amigos. No ano passado, uma tripla ultrapassagem e uma flashada do carro que vinha no sentido certo, enquanto seguia eu em contramão  tentando vencer o triplo salto numa estúpida prova qualquer que, no melhor dos cenários, atirar-nos-ia para os paraolímpicos , esgotaram-se os meus créditos ao volante de um carro cheio. Lívido e borrado de medo. Mas, isso foi a caminho de Barcelos 2011. E Barcelos não é o mundo e o mundo já me viu a rodar mais um ano, sem morrer, nem matar ninguém. Ameaçado de ficar com as perninhas partidas por um amigo comum e sem algum do recheio daquele carro cheio de sorte, informei-o de que, desta vez, não tomaria o volante. Então, ele disse-me que eu seria o Hunter S. Thompson da comitiva. Foi aí que se me acenderam as instalações eléctricas cá dentro e que percebi que tinha de começar a escrever para a VICE. Por isso, instantaneamente, prometi-lhe que ficaria sentado no banco de trás, mordiscando um fiozinho de palha e escrevendo o "Fear and Loathing em Paredes de Coura" e os "Diários do Rum Minhoto". Logo a seguir, o meu amigo desafiou-me a fazer algo maior. Respondi de volta, dizendo-lhe que ele estava a ser o RZA do Hank Moody na nossa Californication (esgravatem se quiserem perceber a referência, seus calões). Esta é a primeira entrada desse diário, muito antes do apagão etílico mais do que esperado em Paredes de Coura, mas já com a promessa: em caso de aperto, serei o primeiro do gang a morrer. Assim falava Morrissey.