Matrix GroovesKaico / AUN MUTE7/10Quem é que não tirou pelo menos um macaco do nariz enquanto via uma das sequelas doMatrix? Não se acanhem de admiti-lo, pois esse foi um acto bastante comum e capaz de unir uma boa parte da humanidade em 2003. OMatrix Revolutions, por exemplo, foi uma experiência desastrosa para qualquer pessoa interessada em filmes lógicos e minimamente interessantes, mas todo o tempo que aquelas máquinas demoraram a perfurar a terra foi bastante útil para transformar os macacos numa bolinha perfeita. Muito mais perfeita que o final da trilogiaMatrixcertamente.Não sabemos ao certo se também o peruano Rodriguez Yukio deitou os dedos ao nariz, enquanto o Neo tentava descobrir o sentido da vida, mas é da sua autoria esteMatrix Grooves, ostensivo álbum deglitchbem capaz de gerar mais excitação que muitos filmes de ficção-científica em exibição (atenção porque oElysiumtambém é uma cagada). A associação ao sci-fi parte, como é óbvio, doMatrixno título e ganha força em toda a dimensão extraterrestrial da música deFree Babyronia(Rodriguez Yukio precisamente).Assim que damos pelos nossos ouvidos perdidos no vazio de “Abyss” e só escutamos alguns ruídos passageiros, sabemos que Matrix Grooves deve muito a todos os filmes em que uns quantos astronautas avançam por estranhos caminhos até perderem a ligação com a base. Antes disso acontecer, Grooves pega no glitch onde Ryoji Ikeda e Sutekh o deixaram e tenta transportá-lo até perto de iluminados como Burial ou Shackleton. Dá-se muito bem com isso e faz com que não sobre sequer um momento aborrecido para tirar macacos.
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