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Música

A Sofisticação Crua do Novo Som do Gui Boratto com o Mixhell

Ouça com exclusividade ‘Animal Machine’, quinto lançamento do selo D.O.C., encabeçado pelo Gui e distribuído pela Kompakt.

O embrião que daria forma a Animal Machine, o EP colaborativo entre Gui Boratto e a dupla Mixhell, que o THUMP tem a honra de estrear nesta quinta (14) com exclusividade, começou a ser desenrolado durante a produção de Spaces (Boysnoize Records), o primeiro álbum do Mixhell de 2013. A princípio, a faixa era uma ideia que Iggor Cavalera e Laima Leyton tinham rascunhado com o Dinamo Azari (Azari & III), e a proposta consistia em dar corpo à faixa no estúdio, durante a produção do álbum, que é assinada pelo Gui. Esse era o único som inacabado, todas as outras faixas já estavam prontas e em processo de pós-produção.

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"Tudo o que tínhamos era o vocal da Laima e uma pré-programação. Já estávamos quase no fim do processo e eu havia me identificado pra caramba com a ideia da música. Gravei umas coisas, mudei harmonia, e ela acabou ficando também muito com a minha cara", conta Boratto. "Então eu propus para o casal que deixássemos esse som de fora do álbum e disse que ia adorar lançar mais pra frente pelo meu selo, o D.O.C.".

Com distribuição da gravadora alemã Kompakt, a mesma responsável pelo lançamento dos álbuns do Gui Boratto, este já é o quinto investimento do DJ e produtor dentro do selo D.O.C.. Segundo a Laima, "deixar a faixa de fora do álbum para terminá-la só recentemente foi uma doce desculpa para continuarmos trampando em algo juntos, já que todo o processo de produção tinha sido tão divertido". Spaces é todo barulhento e visceral, contudo Animal Machine ganhou uma vibe mais equilibrada, algo característico no DNA do Gui Boratto.

"Podemos afirmar que o rascunho era mais cru, mas já era bem techno", observa Laima, "o Gui deu um toque especial acrescentando a parte de cordas". Sobre o polimento que acabou injetando na melodia, Boratto brinca ao telefone que "a música tem aquele elemento rocker do Mixhell, é bem claro isso, mas tem também a minha sofisticação, vamos dizer assim… As minhas frescuras [risos]. Ficou um lance bem balanceado, tem aquela pegada do Iggor de batera marcada, caixa virada, de meter uns tons, uma identidade dele que é um negócio super bem-vindo".

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De bandeja, o remix contido no EP serve como introdução para o trabalho do jovem e novato produtor Salazar Knox, um inglês radicado nos Estados Unidos que é um verdadeiro demônio das edições. Ele foi descoberto ao acaso pelo Gui Boratto, e como o cara não tinha nada lançado até então, assumiu o desafio de fazer uma versão da faixa como teste. "O moleque adora rock, ele cresceu ouvindo Sepultura, conhece todos os discos e tal. Quando eu falei que era um som com o Iggor, ele disse 'Puta, bicho! Essa é minha!'", comenta Gui. Na real ele curtiu tanto o resultado que já planeja bancar um EP do Salazar, provavelmente em breve pelo D.O.C. "Esse moleque vai longe ainda, ele só tem 18 ou 19 anos".

Tanto o Gui Boratto como o Mixhell não descartam a possibilidade de novas parcerias pela frente. Não pra menos, já que eles são trutas de longa data e a camaradagem extrapola a relação artística. "Eu conheço a Laima há muito tempo. E logo depois que ela se casou com o Iggor, eu o conheci e produzimos uma faixa juntos, quando o Mixhell ainda nem tinha feito muita coisa", detalha Boratto. O som ao qual ele se refere é de 2010 e chama-se "Plie". Sente só:

Laima enaltece a admiração mútua e confirma a vontade de concretizar outros frutos a partir da química e da amizade: "Além de ser um amigo querido, o Gui é super parceiro no estúdio, pois o trabalho flui sem dramas. Enquanto morávamos no Brasil, ele era o artista com quem mais conseguíamos tocar e o que mais admirávamos. O bom é que ele sempre está aqui pela Europa [Laima e Iggor atualmente moram em Londres], então certamente vamos armar algo juntos no futuro."

Ouça Animal Machine no player abaixo ou adquira o vinil 12" aqui ou na Juno:

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