Merda Geral

Enquanto você lê essas palavras, milhões de pessoas expurgam matéria fecal em privadas, buracos, valetas, pântanos, areia movediça, oceanos, carros, pias, mictórios, bebedouros, matos, caçambas, latas de lixo, estátuas da Virgem Maria, bocas, axilas, pés, vaginas, pênis, animais de estimação e em qualquer outro lugar que você possa vir a imaginar. Fora isso também tem esterco de animais, então obviamente estamos vivendo uma séria epidemia de excrementos da qual talvez você não esteja ciente. Então permita-me informá-lo: um dia, e pode ser muito em breve, vamos passar por um refluxo de esgoto tão grave que um tsunami de bosta vai devastar o mundo, destruindo todas as cidades que estiverem pelo caminho. Rios de cocô vão inundar ilhas e se elevar por centenas de metros, quebrando por fim as janelas das coberturas dos últimos sobreviventes até afogá-los lentamente em diarreia. Não acredita? Bem, irmãos e irmãs, tenho uma novidade para contar a vocês. A bosta já declarou guerra, e ela está ganhando. Contemple alguns dos inúmeros exemplos de como a merda pode matar.

PULVERIZADOR DE COCÔ DE POMBA
Em 7 de dezembro de 2007, Craig Taylor, de Balgowlah, Austrália – assim como você, uma pessoa que não tem medo (nem conhecimento) da morte fecal – se abrigou durante uma tempestade debaixo do toldo de uma loja. Infelizmente, pombas se aninhavam ali há muito tempo, e a cobertura estava tão carregada de excrementos de aves que a chuva fez com que desmoronasse bem em cima do Craig, o que o esmagou. Sua morte, no entanto, não foi em vão: três anos depois, o inquérito do investigador determinou que “a questão da segurança dos toldos é crítica e exige o envio imediato de avisos para todos os municípios do Estado”.

TORRENTES DE BOSTA DE CAVALO
Um cavalo produz entre sete e 15 kg de estrume por dia. Antes dos automóveis, cidades como Nova York tinham mais de 100 mil cavalos para conduzir pessoas e cargas de um lugar a outro, o que equivale a pelo menos 750 toneladas de fezes despejadas a cada 24 horas. De acordo com o livro The Making of Urban America, “o esterco estava por toda parte, pelas ruas, amontoado em pilhas, próximo a estábulos ou triturado pelo tráfego e espalhado pelo vento”. O jeito de Nova York lidar com essas pilhas inadequadas foi licenciar carroceiros para transportar a merda para determinados depósitos, o que atraía moscas e odores por meses – às vezes, anos. Depois que chovia, a imundice se acumulava em poças pelas ruas. O pior era que além da merda, a cidade tinha que lidar com um excedente de cadáveres de cavalos, e frequentemente jogava os corpos em rios próximos. Milhares de pessoas morriam de doenças causadas por fezes todos os anos. Então, da próxima vez que alguém falar de “petróleo maldito”, relembre o passado e diga que o motor de combustão interna foi uma das maiores vitórias da humanidade na Guerra Excreta Mundial.

FÍSTULAS RETOVAGINAIS
Fístula retovaginal – provavelmente a doença relacionada a fezes mais devastadora que existe – é o que acontece quando o tecido entre a vagina e o reto da mulher morre e resulta em uma cratera de carne gigante extremamente propícia a infecções fatais. Com exceção de alguns países em desenvolvimento da África e na América do Sul, onde tratamento médico vai de escasso a inexistente, a fístula é muito rara no Ocidente. As fístulas são normalmente causadas por estupros coletivos ou partos particularmente penosos, e podem levar a doenças nos rins, lesões dos nervos das pernas que deixam a vítima incapacitada de andar e, em alguns casos, à morte. As mulheres muitas vezes não procuram ajuda por terem vergonha ou por sofrerem preconceito, e há registros de mulheres que já suportaram fístulas em silêncio doloroso por 40 anos…

MORTE POR CONSTIPAÇÃO
Todo mundo sabe que o Elvis morreu na privada, mas o que nem todos sabem é que ele sofria de um dos piores casos de constipação crônica (prisão de ventre) já registrados pela história médica. Isso provavelmente aconteceu em decorrência da dieta que ele adotou no último ano de sua vida, recheada de cheeseburger com bacon, grits com queijo e molho de carne, e caramelo. Quando Elvis morreu, seu cólon estava duas vezes maior que o tamanho normal. Em um livro publicado em 2010, Dr. George Nichopoulos, o médico pessoal do Elvis, foi além e disse que foi a constipação – e não os barbitúricos – que matou o Rei.

CHOQUE SÉPTICO
Às vezes os presidiários ficam malucos por causa do tédio e isolamento, e começam a brincar com seus próprios excrementos como uma criança que pinta com caquinha no dedo a parede dos pais. Um bom exemplo: em 2009, um preso do Arkansas besuntou merda por todo o corpo no que imaginamos ter sido uma tentativa de chamar atenção. Os guardas ignoraram o besuntador de merda por um fim de semana inteiro, e por causa disso ele perdeu a consciência, entrou em coma e quase morreu de choque séptico. John Glasscock, o guarda culpado pelo incidente, também era conhecido por receber danças eróticas em horário de trabalho e por aceitar guloseimas roubadas como suborno, o que só comprova o velho ditado: “Quem come guloseima não se importa de deixar outra pessoa morrer envolta de seu próprio cocô”.

VERME DE BOSTA DE GUAXINIM
Tipicamente, as fezes de guaxinim contém milhões de ovos de nematódeos. Se os parasitas entram no corpo humano, vão direto para o cérebro, botando mais ovos e causando lesões e morte nos nervos conforme se contorcem entre as sinapses. Instintivamente, os guaxinins constroem “latrinas” onde ele e seus amigos fazem lá o que têm que fazer, e esses depositários de dejetos tendem a ficar localizados debaixo de deques, em telhados e garagens. Esses pacotes concentrados de veneno fecal deixados por terroristas peludos de rabo anelado estão espalhados por toda a América do Norte suburbana. Pessoas com crianças pequenas que enfiam qualquer coisa na boca devem ficar atentas: tome muito cuidado e use luvas e máscaras protetoras ao limpar fezes de guaxinim. Um pequeno descuido e o Jr. pode acabar com o crânio cheio de vermes. Esse é o plano da merda para destruir bebês de dentro para fora. Te aconselho a se preparar para a guerra e limpar o cocô sempre que ele cruzar o seu caminho.