FYI.

This story is over 5 years old.

cenas

Acabar uma relação é duro quando um de vocês é maluco

Uma selecção de histórias de relações insanas.

Estão numa relação fofa e carinhosa, na qual pensar meramente na pessoa querida é o suficiente para fazer os vossos corações brilharem e os vossos estômagos enrolarem-se como algodão doce?

Acalmem esses sentimentos, amigos, porque isso não vai durar. Encarem isto: a vossa relação está, inevitavelmente, condenada. Condenada para acabar da mesma maneira amarga como estas histórias que podem ler abaixo. O TERROR DO TELEFONE Andei com uma gaja durante um ano, ou coisa do género. Tínhamos 16 anos, eu não queria que fosse nada de sério, mas ela queria, então acabei a relação. Não tinha noção de que todos os dias do meu próximo ano de vida seriam afectados pela sua psicopatia. Primeiro vieram os textos suplicantes, com as promessas de que ela iria acalmar. Quando comecei a ignorar isso, as mensagens começaram a tornar-se mais agressivas. Depois, vieram as chamadas não atendidas; depois aumentou o volume de mensagens. Um mês depois de termos acabado, andava a receber, em média, 35 SMS’s e 70 chamadas todos os dias. A pior parte de tudo era que, à época, andava viciado em Snake II e tinha de estar, constantemente, a fazer pausa para ignorar as mensagens e as chamadas. Pesadelo. Isto continuou por tanto tempo que até começou a parecer normal. Se não acordasse com dez chamadas não atendidas e com meia dúzia de mensagens sobre o “quão anormal” eu era, começava a ficar um pouco preocupado com ela. Normalmente, apagava todas as mensagens sem ler, mas depois de oito meses com esta cena, houve uma mensagem que me chamou a atenção. “Magoaste-me, então vou magoar-te. Vou à tua escola amanhã, para dizer ao director que tens andado a beber e a fumar erva na escola e vais ser expulso.” Presumi que seria uma ameaça sem fundamento, mas a verdade é que, no dia seguinte, o pessoal começou a vir ter comigo, a dizer que a tinham visto pela escola, a perguntar a toda a gente por onde é que eu andava. Queria evitar uma discussão pública, então escondi-me no porta-bagagens do carro de um amigo meu, que me levou até à cidade mais próxima. Daí, liguei à polícia e disse-lhes que ela andava a assediar-me desde o último ano. Depois disso, nunca mais soube nada dela. Espero que estejas feliz agora, Avril! A CAVE O meu amigo foi casado e feliz durante sete anos. Ele trabalhava na cidade e ela cuidava das crianças e do cão. Tudo corria bem. Até que ela descobriu que ele andava, há seis meses, a ter um caso com a assistente. Literalmente, a cena mais cliché de sempre, eu sei, mas acho que o motivo para existirem clichés é que estes acontecem frequentemente. Mas enfim, o marido traidor era um coleccionador ávido de vinhos — até tinha uma cave toda equipada e chateava toda a gente durante os jantares, com monólogos sobre onde é que tinha comprado o vinho e sobre qual o porquê de ter escolhido esse determinado vinho para combinar com a refeição. Eu nunca ouvia nada do que ele dizia, porque era chato como a merda, por isso pouco sei sobre vinhos ou sobre a maneira de os combinar. Mas ele dizia a palavra “Soave” várias vezes. Acho que referia-se a tralha cara. Bem, mas quando a minha amiga descobriu que andava a ser traída, ela fez logo as malas, mandou os putos e o cão para casa da irmã e passou o resto do dia às voltas pela cidade, a deixar as garrafas de vinho do marido nas portas de casas alheias. Acho que a moral é: não sejas um snobe dos vinhos e não traias a tua mulher. É que não vai acabar bem. DING DONG — APANHA-O Andava com este tipo há coisa de dois meses. Ele era fixe e tudo, mas gostava mais de mim do que eu gostava dele. Não queria mantê-lo preso assim, então disse-lhe que estava tudo acabado. Tudo parecia correr bem. Ele levou a rejeição na boa e combinámos encontrarmo-nos para tomar café — tudo calmo, quando comparado a algumas das separações por que passei. Uns dias depois de ter acabado tudo, começaram a tocar à minha campainha e a fugir. Pensei que seriam só crianças da vizinhança. Na altura, vivia próximo de um bairro social, onde um bando de putos de 14 anos passava o tempo a beber cidra barata e a lançar bombinhas de mau cheiro. Na noite seguinte, aconteceu o mesmo. Logo a seguir, recebi uma chamada do meu ex, a dizer que, por acaso, estava a passar em frente a minha casa e que tinha visto alguém a tocar à campainha do meu apartamento e a fugir de seguida. Oh, será que eu precisava de companhia?, perguntou-me. Percebi instantaneamente o que estava a acontecer, então confrontei-o e ele ficou todo lixado. Disse-me que só estava a querer ajudar. Na noite seguinte, voltou a acontecer o mesmo. Olhei pela janela e vi-o a fugir da porta, para se esconder por trás de uns carros. Então, chamei-o, disse-lhe que os nossos cafés estavam cancelados e que ele tinha de me deixar em paz. Mais tarde, na mesma noite, recebi uma chamada de um amigo, a contar-me que o gajo tinha colocado uma foto minha nua no Facebook. Claro que não fiquei contente, então liguei-lhe, encarnei na minha faceta mais cabra de sempre e mandei vir com ele. Quase que podia ouvir os tomates dele a tremer. ROUPA SUJA Na faculdade, tinha uma relação com um otário de primeira, mas desculpava-lhe o comportamento por estar tão apaixonada por ele. Um dia, ele estava a mostrar-me algo no seu telefone, quando recebeu uma mensagem de uma miúda chamada Megan, que dizia: “Diverti-me ontem à noite ;).” Perguntei-lhe onde é que eles se tinham “divertido” e descobri que tinha sido na nossa cama, várias vezes, enquanto eu estava fora, a trabalhar para pagar a minha metade da renda. Passei-me, agarrei no meu gato e arrastei-me para casa da minha amiga Sarah. Ela é um bocado maluca. Normalmente, um tipo inofensivo de maluca — como uma vez em que ela achou que seria fixe enviar-me um email com um sapo morto —, mas, neste caso, ela ainda estava mais sedenta por vingança do que eu. Marquei um dia para voltar à minha antiga casa, para fazer as minhas malas. A Sarah levou-me lá, com um olhar maléfico, como se estivesse preparada para partir aquela merda toda. Ela devia ter um fraquinho por sapos porque, quando nós chegámos, a primeira coisa que me obrigou a fazer foi apanhar o maior número de sapos que eu conseguisse, e levá-los para dentro de casa. No final da busca, acabei com 25 sapos nos braços, que deixei na lavandaria. Enquanto estava lá fora, a Sarah tinha ido à cozinha e desenhado pilas em TODO O LADO. No frigorífico, no chão, no tecto, em tudo. Depois, entupimos a pia com plasticina, juntámos uns laxantes às vitaminas dele, ensopámos toalhas com leite (que deixámos atrás dos aquecedores), alterámos a mensagem de voicemail dele para um som de pornografia gay (o gajo era super homofóbico), mijámos em todos os quatro cantos do quarto e peidámos nas almofadas. Depois de sairmos, colei um papel na porta que dizia "Espero que te tenhas divertido na noite passada", com um pequeno smiley a piscar o olho. Acho que o assustei de morte, porque nunca mais o vi, nem soube nada dele, desde então. Ilustrações por Sam Taylor