E que tal um pouco de Stones para desenjoar?



“She said yeah” — pode ser encontrada no disco December’s Children (and Everyvody’s) de 1965, ou no equivalente inglês, o Out of our Heads


“Heart of Stone” — pode ser encontrada em The Rolling Stones Now, de 1965, ou numa versão com o Jimmy Page na guitarra, em Metamorphosis

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Mother’s Little Helper Heart of Stone
“Love in Vain” — pode ser encontrada no Let it Bleed, de 1969, mas também no Stripeed, o disco acústico de 1995 Let it Bleed Let it Be Stripped
“Moonlight Mile” — pode ser encontrada em Sticky Fingers, de 1971 Sticky Fingers Sopranos


“Shine a Light” — pode ser encontrada em Exile on Main Street, de 1972, mas também em Stripped, o disco acústico de 1995
Ok, esta não é assim tão obscura e até deu nome ao documentário realizado pelo Scorsese. Mas até parecia mal não incluir numa lista dedicada aos Stones qualquer coisa sobre Exile on Main Street, o disco-altar da banda, que é ele próprio uma instituição: um álbum duplo de rock’n’roll, gravado na cave da mansão alugada de Keith Richards em França, quando a banda estava lá exilada a fugir às dívidas fiscais, onde se consegue sentir todo este ambiente de fumo, drogas e deboche. “Shine a Light” começou por ser uma música sobre Brian Jones, o guitarrista fundador dos Stones e membro do Clube dos 27, e terminou como uma das melhores baladas dos Stones, com um órgão gospel cortesia de Billy Preston.
“Send it to me” — pode ser encontrada em “Emotional Rescue”, de 1980 flirtar
“Worried About You” — pode ser encontrada em Tattoo You, de 1981 Live Licks Tattoo You Live Licks
“She Was Hot” — pode ser encontrada em Undercover, de 1983

Os anos 80 não foram mesmo nada felizes para os Stones. Os piores discos da banda são dessa altura: “Dirty Work”, um vómito tremendo, e este “Undercover”, que anda ali a roçar o rock fm com o pior do disco. Pelo meio há, no entanto, este “She Was Hot”, com um solo tremendo de Richards perto do fim e a típica letra de Jagger sobre como sacar milhares de gajas. O habitual, portanto.



“I Go Wild” (pode ser encontrada em Voodoo Lounge, de 1994)

Depois da crise dos anos 80, com Keith Richards perdido na heroína e Mick Jagger a alternar uma tentativa frustrada de carreira a solo com uma viragem dos Stones às sonoridades disco, a banda voltou a cerrar fileiras e deu o passo decisivo para a última fase do seu percurso: a de banda de estádio. No entanto, depois dum fraquinho Steel Wheels, os Stones não tiveram problemas em lançar Voodoo Lounge, o seu melhor disco desde “Some Girls”. Nele encontramos duas rockalhadas à antiga: “Sparks Will Fly”, onde Jagger, mesmo velhote, ainda lança um maroto “I want to fuck you sweet ass”; e este “I Go Wild”, que termina em fade out como todas as músicas dos anos 90.

“Back Off My Hand” (pode ser encontrada em A Bigger Band, de 2005)

Por mais pirotecnia, fogo-de-artíficio, adereços e pénis gigantes que tenham em palco, os Stones serão sempre, na sua génese, uma banda de blues. E é assim que soam melhor, connosco a imagina-los a tocar em bares cheios de fumo e bêbados a dançar sozinhos com as mãos na cara. No último disco de originais que lançaram (e que, inesperadamente, é bem melhor do que se esperaria), “Back Off My Hand” é um back to basics e um dos melhores blues que os Stones já gravaram. Apenas a guitarra de Richards, a bateria de fundo de Charlie Watts e Mick Jagger a dar-lhe forte, especialmente na harmónica, a fazer lembrar “Midnight Rambler”, onde tem os melhores solos de harmónica de todo o Reino Unido.


Nota com alguma importância: Esta lista está ordenada por ordem cronológica. Não a conseguia fazer de outra forma. Deixei de fora tudo singles avulso, bootlegs e temas a solo — esses davam outra lista, talvez um dia.