Antes de Eusébio surgir para ocupar o terceiro lugar da Santíssima Trindade da cultura popular portuguesa (com Amália e Nossa Senhora de Fátima) e do futebol mundial (com Pelé e Di Stéfano), já o Benfica começara a lançar as bases para o sucesso que viria a ter na década de 60. Contudo, em 1954, nada faria prever que a contratação de um jovem avançado africano esconderia, na verdade, o recrutamento de um atleta sobre-humano, um líder nato mas sereno, capaz de segurar o barco durante a era de ouro do clube. Um mito maior do que a circunstância.
George Best
Zidane recebeu o mesmo tratamento
Numa altura em que os esquemas tácticos estavam um pouco partidos entre os quatro da defesa e os quatro ou três do ataque, mais importante era a função de um médio com estas características. Jaime Graça, seu parceiro no meio-campo da selecção de 66, conta como foi: “Era ele que conduzia a forma de nós ocuparmos os espaços no campo. ‘Vai mais à frente, miúdo’, ou ‘Vem mais atrás’. Ele levava o jogo todo a dar indicações.” Consta que até o treinador Otto Glória dizia aos outros jogadores que, em campo, quem mandava era o Coluna. A âncora de uma equipa ganhadora não é a melhor posição para ganhar Bolas de Ouro (
Matthäus
, Masopust ou Beckenbauer são excepções felizes), mas ainda é uma das maiores razões que me levam ao estádio ao domingo à tarde.
diz que nem ao fim de décadas ganhou coragem para o tratar de um modo diferente
um artigo no Público
em entrevista ao sociólogo Nuno Domingos
Monstro Sagrado
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