Não é difícil encontrar estudantes que reclamam da pressão que os pais colocam sobre eles quando chega a famigerada fase do Enem. Entre outros motivos, a cobrança, que as vezes ultrapassa o limite do tolerável e se torna algo abusivo, está relacionada à expectativa criada pelos pais na garantia de um bom futuro para os filhos.
Se esse quadro pavoroso pode acontecer, por outro lado há pais que dão apoio incondicional e ainda ajudam a aliviar a barra quando a ansiedade pesa. No caso de Aline Oliveira e Giovana Oliveira essa empatia é ainda mais forte.
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Se as duas já se ajudam mutuamente pelo simples fato de (adivinhe?) serem mãe e filha, também estão no mesmo barco por se prepararem juntas para o Enem. Isso mesmo: mãe e filha enemzeiras. Mas as coincidências não acabam por aí: ambas prestarão o exame para o mesmo curso – medicina, no caso.
“Como já vivo no mundo de vestibular há algum tempo, lido com essa dupla ansiedade de forma mais tranquila. E isso me faz ter mais compreensão com ela, bem como ajudar com minha experiência”, conta Aline, que presta o exame desde 2013, tem formação como técnica de enfermagem do trabalho e chegou a cursar direito, mas decidiu focar na área da saúde.
Já no caso de Giovana, que já tem três edições de experiência no Enem, os estudos em parceria com a mãe consistem em algo inusitado e positivo.
“Estudar com ela é algo que nunca imaginei. É ótimo, pois ela é uma pessoa muito focada e estudiosa – então, me ajuda demais. Como já faz um tempo que está nessa fase de vestibular, ela já sabe o que funciona e o que não funciona, e o bom é que ela me passa tudo isso”, pontua a jovem, que fala também sobre o intercâmbio de conhecimento durante os estudos. “Uma ajuda muito a outra. Nas matérias, uma sempre é melhor do que a outra em uma frente e, então, trocamos explicações. Por exemplo, ela é ótima em Química inorgânica e eu sou melhor em orgânica. ”
A rotina de estudos
Aline faz cursinho preparatório particular, cujas aulas são direcionadas ao Enem e ao processo da Unifesp, para os quais ela prestará. “Estudo de manhã no cursinho e, em casa, estudo até a noite, em torno das 22h. Eu não faço todas as matérias presenciais: algumas faço online”, destaca, ao falar sobre o modo como hierarquiza os conteúdos das disciplinas. “Divido o estudo por matérias de maior dificuldade – no caso, as de exatas – e as que têm maior peso no vestibular.”
O cotidiano de Giovana, no que diz respeito à preparação para a prova, é tão intenso quanto o da mãe. “Meu dia é bem corrido. Estudo o dia todo e só paro para comer e dormir praticamente. Acordo às 7h e vou para o cursinho, volto mais ou menos às 14h, almoço até as 15h e, depois disso, estudo direto até umas 22h ou 23h. Quando tenho aulas de inglês, é só até as 21h”, relata a jovem, que ainda consegue tempo para ir à academia, ainda que de vez em quando: “mas ainda estamos organizando o nosso tempo semanal”.
A preparação de Aline e Giovana para o Enem é intensa e focada em aspectos específicos. Mas uma coisa é fato: a dobradinha entre mãe e filha é um elemento tão importante quanto compreender a tabela periódica ou os reinos animais, por exemplo. “A gente se ajuda muito quando, às vezes, nos desesperamos por causa de tanta matéria que precisamos estudar e o cansaço que tudo isso causa. Então, conversamos muito uma com a outra para nos acalmarmos”, diz Giovana.
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