O Criolo deixou de flerte e lançou um profundo olhar para o samba

É isso aí, o Criolo se rendeu à uma antiga vontade e fez um álbum inteiro de samba. Parece ter sido um jeito que ele encontrou de reverenciar as primeiras coisas que o impactaram na infância. Talvez a sua passagem pelo Pagode da 27 seja o fator responsável por incorporar à obra uma cadência vocal bem de raiz, acompanhada pela forma e produção das músicas. Espiral de iLusão soa como se os caras estivessem tocando no seu quintal, com aquele clima gostoso bem de bairro e de celebração entre amigos.

Nas letras, rola emoção, melancolia, paixão, alegria e protesto. Um certo prosear — naturalmente trazido dos anos dedicados ao rap — faz a diferença e mostra o que ele tem de melhor para contribuir com o tradicional estilo. O trabalho resulta novamente da longeva parceria dele com Daniel Ganjaman e Marcelo Cabral, responsáveis pela produção musical e os arranjos. Mas é claro que a lista dos talentos que colaboraram para a qualidade do álbum é maior. A banda montada é muito boa e o peso dado a ela na gravação a beneficia justamente.

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Leia a entrevista com o Criolo no Noisey.