Este artigo foi originalmente publicado na VICE US.
É quase calunioso dizer que se podia melhorar a banda sonora de A Star Is Born, visto que está repleta de músicas tristes incríveis atrás de músicas tristes incríveis. Mas, ao disco quase perfeito falta qualquer coisa.
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Precisa de mais uma música lenta na veia de “Maybe It’s Time”, algo cru e lento que se entranhe e que Jackson Maine cante sozinho, numa sala mal iluminada, acompanhado apenas de uma guitarra. Precisa disto:
Pelos vistos, Father John Misty escreveu uma música para A Star Is Born (Assim Nasce Uma Estrela, na versão portuguesa) que não entrou no filme. Mas, no domingo, a Vulture revelou que na sexta-feira, 14 de Junho, o músico norte-americano honrou o público do seu concerto em Minneapolis com a balada sem título.
E FJM parece estar feliz por a música não ter chegado ao grande ecrã. “Não ia ficar bem”, disse. E acrescentou: “Eu vi o filme. Realmente, não há espaço naquele filme para esta música, a menos que ele estivesse a bombar no Coachella ou assim. Na sequela? Agora sim, estamos a fazer sentido”.
Mas, nunca haverá uma sequela de A Star Is Born. Pelo menos não uma que inclua Jackson Maine. E, de qualquer maneira, FJM está completamente errado: a sua música seria perfeita. A Star Is Born precisa desesperadamente de mais um número acústico para compensar todos aqueles pesados, de alta energia (“Out of Time”, “Álibi”, “Diggin ‘My Grave”) e completar “Maybe It’s Time”. Esta é essa música. É linda, Father John Misty vintage, uma música que parece que podia ter entrado em Vacilando Territory Blues, um álbum criminosamente subestimado, no qual ele escreve e canta directamente das entranhas. E quando, no refrão, Misty entra em modo totalmente country – “When a man done lost all his pride”, tipo Waylon Jennings reencarnado – é fácil imaginar Jackson Maine a cantar essas palavras.
Não me interpretem mal: A Star Is Born é quase imaculado e, com duas horas e 14 minutos, já é suficientemente longo. Mas, se é para lançarem uma versão mais extensa, cheia de versões ainda mais longas das músicas que já ouvimos, por favor Bradley Cooper… Dá-nos qualquer coisa nova. Dá-nos a faixa bónus que tão desesperadamente desejamos. Dá-nos Jackson Maine a fazer o seu melhor Father John Misty.
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