Este artigo foi publicado originalmente na VICE UK.
As tatuagens são, como já se sabe, permanentes. Bem, a não ser que compres um monte de autocolantes para descobrires como é viver com a cara do Post Malone durante um dia, ou tentes tu mesmo fazer no teu próprio calcanhar o símbolo do teu signo a tinta da china, mas tens tão pouco jeito que a coisa desaparece ao fim de duas semanas.
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O outro problema com as tatuagens é que doem. Não insuportavelmente, senão não haveria milhões e milhões de pessoas a fazê-las. Mas, uma máquina de tatuagens fura-te a pele entre 50 a 3.000 vezes por minuto, sendo que cada centímetro de pele contém mais de 150 nervos e a agulha tem que perfurar a derme. Por isso, ya. Não é propriamente uma massagem.
No entanto, qual é a zona mais dolorosa para fazer uma tatuagem? Dividi o corpo em quatro secções e falei com dois tatuadores para saber o que acham.
CABEÇA E PESCOÇO
Com base no que aprendi a cair de cabeça em puto, imagino que fazer uma tatuagem também tem que doer. Poppy Segger, uma tatuadora de 23 anos que apareceu em A Tattoo to Change Your Life, da BBC3 explica-me melhor: “As que fiz no pescoço, quer na parte da frente como na de trás, doeram à séria, uma dor afiada e quente”. E acrescenta: “Na cabeça não tanto – é menos sensível. Mas, também, as tatuagens que fiz foi na cara e são pequenas, o que torna a coisa mais fácil de aguentar”.
Por outro lado, Keely Rutherford, uma tatuadora de 35 anos, jura que no cimo da cabeça dói muito. “Não tenho muita experiência a tatuar cabeças, mas, segundo amigos meus que têm a deles tatuada, o cimo custa muito – os lados um bocadinho menos”.
Ambas concordam numa coisa: a parte mais baixa do pescoço, que foi “bastante dolorosa” para Rutherford e “horrível” para Segger.
TRONCO
Se a tua tolerância à dor não é muito alta, convém adiares esse castelo que queres fazer no peito. tanto Segger como Rutherford dizem que o peito dói p’a caraças. “Foi horrível. Acho que a maioria das pessoas concorda. Sentia que me estavam a abrir o esterno ao meio”, diz Rutherford. Tentador.
Segger revela também que, “no geral, qualquer coisa no tronco, quer seja atrás ou à frente, dói. O meu tronco está quase todo coberto e diria que o que mais doeu foi por dentro do umbigo e nas costas”.
A tatuadora salienta ainda que algumas zonas são mais dolorosas para as mulheres. “Tenho várias tatuagens no peito e, para as mulheres, tudo o que é perto dos seios pode ser bastante custoso. Acho que, genericamente, os homens que tatuo costumam aguentar melhor a dor do peito”.
BRAÇOS
Os braços, aparentemente, são a zona mais na boa para tatuares. “Os braços são mais tranquilos, tirando a parte de dentro do bícepe e no cotovelo, o resto é tranquilo”, diz Rutherford. Segger concorda: “Os braços, no geral, são um bom sítio por onde começar a fazer tatuagens, é uma zona comum para quem está a fazer a primeira”. Já as axilas, podem doer. “Perto e dentro das axilas pode arder bastante”, explica Segger, enquanto Rutherford realça que “a axila é na boa, é o anel à volta que custa”.
Pelo menos para Segger, o pulso foi um pesadelo. “Tenho a dizer que, pessoalmente, a tatuagem que mais me doeu foi nos pulsos – e jtenho os dois braços totalmente preenchidos”. Não é uma queixa comum, mas para mim foi como se me estivessem a cortar as mãos pela articulação. Doentio!”.
PARTE INFERIOR DO CORPO
Enquanto os homens têm sorte na zona do peito, Segger diz que não são tão afortunados nas pernas: “A maioria das mulheres sofrem menos que os homens quando são tatuadas nas pernas – a forma das pernas é diferente”. Há, no entanto, uma zona em que todos sofremos por igual.
“As bochechas do rabo enganam,” avisa Segger. E justifica: “Muita gente pensa ‘ah isto não vai ser assim tão mau, tem muita carne!’. Mas, enganam-se, a verdade é que é uma área sensível e fica dorida, especialmente na dobra entre a nádega e a perna”.
Ou, como disse Rutherford quando lhe perguntei qual era a zona mais dolorosa: “O rabo! Caraças. Não consegues parar de apertá-lo, nunca tens o músculo relaxado”.
O QUE É QUE ISTO TUDO SIGNIFICA
Em jeito de conclusão, qualquer sítio tem o potencial de doer. Depende do tipo de pele, do tipo de corpo e de muitas outras variáveis que podem afectar como te sentes ou como reages. “Todas as pessoas são diferentes no que toca à dor”, salienta Segger. E conclui: “A tolerância varia de pessoa para pessoa. Em termos gerais, até o sexo e a idade podem ser um factor”.
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