A floresta urbana techno do Dekmantel 2018
Palms Trax. Crédito: Gabriel Quintão/Divulgação

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Música

A floresta urbana techno do Dekmantel 2018

O festival, que esse ano rolou no antigo Playcenter, continua classe A.

Do mesmo jeito que o Dekmantel do ano passado foi sem palavras, o de 2018, que rolou nesse fim de semana, também deixou pouco pra gente falar. Esse ano, o festival holandês rolou no antigo Playcenter, na Barra Funda, e se dividiu em cinco palcos cercados de árvores e matos diversos — o que deu um ar floresta-urbana-techno-darks pro rolê.

Crédito: Gabriel Quintão/Divulgação

Apesar da vibe ser geral, cada palco tinha sua especialidade bem clara: o UFO, que nesse ano escapou do sol absurdo que havia tornado quase impossível a apreciação do palco no ano passado com uma tenda, era puta fritaceira techno da mais pura possível; o Selectors ficava escondidinho ali entre as árvores e foi casa pra uma galera de som mais discreto e místico, como a Lena Willikens; o Gop Tun ficou por conta de receber as brasilidades jazzísticas do fim de semana. E, claro, o Main Stage, que hospedou os grandes nomes do festival nas duas noites.

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E que grandes nomes. No sábado, depois dos sets classe do Mano Le Tough e Peggy Gou, os headliners da noite Modeselektor pesaram nos graves e no BPM num nível quase gabber só pra parar e meter um "Nikes", do Frank Ocean, completo no meio do set — parece que a tendência esse ano, inclusive, era mandar um som pop intocado pra dar uma quebrada na technera, vide o Carrot Green tocando "Dream On" e o Four Tet, que empolgou um "Bad Liar", da Selena Gomez.

Modeselektor. Crédito: Gabriel Quintão/Divulgação

Falando em Four Tet, inclusive. Que homem, que set. Fiquei triste de terem encurtado o tempo dele no palco por causa de alguns problemas com o som, mas valeu a pena só pra ver ele tocando umas versões mais enérgicas de algumas músicas do seu último disco, New Energy, e uns sons da famigerada playlistona que ele mantém no Spotify, possivelmente a melhor coleção de faixas curadas por um ser humano. Depois dele, a Nina Kraviz fechou o palco principal no domingo com a mesma sonzeira com a qual ela tinha dominado no ano passado.

Tiveram alguns outros destaques na programação: o show da Maria Rita Stumpf — uma das atrações escaladas por conta da coletânea Outro Tempo, juntamente com Os Mulheres Negras e o curador John Goméz, que tocou um DJ set no domingo — foi um deles, assim como os sets dinâmicos do Palms Trax, no sábado, e do Mall Grab, no domingo — um respiro de house/disco pra quem precisava descansar o ouvido da technera. Outro que estava embalado no groove foi o Floating Points, que fez um set de funk pra encerrar a noite de domingo.

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Maria Rita Stumpf e banda. Crédito: Gabriel Quintão/Divulgação

Da produção do festival, realmente não tem do que reclamar: sem filas, banheiros utilizáveis, som bom (tirando um set ou outro do Main que vazava pra outros palcos), uma galera distribuindo repelente durante a tarde, toda aquela história. Nesse sentido o Dekmantel continua sendo classe A e faz jus ao seu trono, conseguido em apenas duas edições, de melhor grande festival de música eletrônica do Brasil. Veja mais fotos do rolê abaixo:

Crédito: Gabriel Quintão/Divulgação

Crédito: Gabriel Quintão/Divulgação

Cashu. Crédito: Gabriel Quintão/Divulgação

Tata Ogan. Crédito: Gabriel Quintão/Divulgação

Marcos Valle. Crédito: Gabriel Quintão/Divulgação

DJ Stingray. Crédito: Gabriel Quintão/Divulgação

Crédito: Gabriel Quintão/Divulgação

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