Música

Exclusivo! Multiculturalismo, tropicália, soul e vampiros no regresso dos Time for T

3_Teresa Lopes da Silva

Os Time for T gostam de fazer música em movimento. E se isso já era óbvio tanto nos temas como no processo de criação que há dois anos deu origem ao nómada e solarengo Hoping Something Anything, se tivermos em conta este “Eyes” – primeira amostra do segundo álbum da banda, que verá a luz do dia ainda este ano pela Last Train Records e será apresentado a 17 de Agosto no Vodafone Paredes de Coura – e as palavras de Tiago Saga sobre o disco que ai vem, é certo que nada mudou. A não ser as geografias, talvez.

“Gostámos tanto do processo de gravar em diferentes locais e absorver as influências de cada sítio, que decidimos fazer o álbum assim. Por exemplo, a bateria foi captada num estúdio, as guitarras numa caravana de madeira no meio do campo algarvio e as vozes foram gravadas numa casa de campo, perto de Madrid. Os pianos foram gravados em Amesterdão e as flautas em San Diego”, explica Saga, vocalista e guitarrista de uns Time for T verdadeiramente globais, com membros portugueses, ingleses, espanhóis e brasileiros.

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As novas canções são também elas, portanto, fruto dessa tal existência nómada. Nasceram em Brighton (origem da banda), mas foram trabalhadas entre Lisboa, Madrid e o Algarve (as novas bases). “Eyes”, em particular, com a sua toada gingona, ainda que deliciosamente preguiçosa, de guitarras dolentes que insistem em intrometer-se numa secção rítmica saltitona, fala sobre a vida nocturna, “quando procuramos outra pessoa e muitas vezes nos tornamos numa espécie de vampiro, que raramente sai de dia – ‘There goes another morning, swallowed up by the night’. Para conseguir esse contacto com o outro, falamos de coisas banais para puxar conversa – ‘You’re just saying things to cover up the silence’”, realça Tiago Saga. Tropicália, folk, um cheirinho a soul, brisas que sopram do deserto, da praia, ou de uma floresta densa africana. O universo dos Time for T tem espaço para tudo. E liberdade também.

Um sentimento reforçado pelo vídeo que podes ver acima, realizado pela dupla Les Demodées (Alessandra Corazzini e Sara Condado), gravado em Madrid e protagonizado por Joshua Taylor (baixista da banda) e Dominga Bofill.


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