​Estacionamentos são um desperdício de espaço. Eis como substituí-los
O grande problema de mobilidade dos carros é que eles passam 95% parados em terrenos caros. Por ora, só o carsharing pode mudar essa realidade. Crédito: Richard Newstead/Getty

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​Estacionamentos são um desperdício de espaço. Eis como substituí-los

O grande problema de mobilidade dos carros é que eles passam 95% parados em terrenos caros. Por ora, só o carsharing pode mudar essa realidade.

Nossos carros passam 95% do tempo estacionados em terrenos valiosos. O carsharing altera essa realidade, dando às cidades a oportunidade de reinvidicar — e reinventar — seus estacionamentos.

Às vezes o futuro invade nossas vidas de forma tão sutil que demoramos a compreender suas implicações. Foi o que aconteceu com o serviço de carsharing. Eu o ignorava até notar carros da empresa car2go circulando pelas ruas de Berlim, na Alemanha.

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Eu já havia testado os serviços da ZipCar (EUA) e da Co-wheels (Reino Unido), mas isso era diferente. Os carros da ZipCar e da Co-wheels eram reservados por algumas horas e depois devolvidos no mesmo local. A car2go, no entanto, cobra por minuto de uso e permite que o carro seja devolvido em qualquer parte da cidade. Ao chegar ao meu destino, posso estacionar o carro onde quiser, inclusive de forma inteligente, para a alegria dos outros motoristas em busca de vagas. Como os trajetos dentro da maioria dos centros urbanos costuma levar menos de uma hora, durante o resto da noite, esse car2go pode ser utilizado por outros usuários.

Uma alternativa para o carsharing é o carpooling (serviço oferecido por Uber, Lyft e outras empresas), um serviço mais caro (é preciso pagar um motorista) e, na minha opinião, apenas uma etapa de transição até o surgimento de carros autônomos.

Tanto o carsharing quanto o carpooling resolvem o maior problema da frota automobilística urbana: a utilização. Um automóvel particular passa, em média, 95% de seu tempo estacionado, esperando pacientemente enquanto você trabalha, faz compras ou se se diverte até estar bêbado demais para operá-lo.

É, a meu ver, o começo do fim dos estacionamentos.

ESTACIONAMENTOS COM DIAS CONTADOS

Em comparação, um carro compartilhado com uma taxa de utilização de 50% é 10 vezes mais produtivo que um comum. E tem outra vantagem: fica estacionado apenas a metade do tempo. Mas isso não significa que a cidade do futuro terá metade das vagas de hoje. Surpreendentemente, o carsharing diminuiria o número de vagas de uma dada cidade em até 10 vezes.

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Calculemos o resultado do carsharing total (todos os carros particulares substituídos por carros compartilhados) multiplicado por dez vezes a utilização média:

Idealmente, se os carros compartilhados são utilizados 10 vezes mais, precisaríamos de 10 vezes menos carros em nossas cidades. Mas como eles também passam menos tempo estacionados, precisaríamos de uma quantidade 19 vezes menor de vagas!

Todavia, há um pequeno erro no cálculo acima.

Esse cálculo de 50% de utilização não leva em conta os horários de pico e o movimento pendular da periferia para o centro.

O termo horário de pico define o período de tempo em que as pessoas mais utilizam seus carros. Suponhamos que todas as pessoas precisem de seus carros durante um período de três horas e que o percurso médio fora do horário de pico dura 30 minutos (explicarei, mais a frente, porque estou utilizando esse exemplo como base do meu argumento). Logo, esses automóveis particulares seriam substituídos por um número 6 vezes menor de carros compartilhados, não 10 vezes.

O movimento pendular entre periferia e centro representa um problema ainda maior. O trabalhador que utilizasse um carro compartilhado para fazer esse trajeto deixaria o carro no lugar errado — na cidade. Isso não é um grande problema em Berlim, onde a maior parte dos deslocamentos ocorre dentro do perímetro urbano. Mas isso representa um grande problema para cidades com enormes subúrbios. Todas as manhãs, o número de carros compartilhados estacionados em uma rua deveriam corresponder ao número de trabalhadores que fazem a viagem diária até o centro. Talvez este seja o motivo pelo qual a ZipCar só permita viagens de ida para um número limitado de carros e apenas nas cidades de Boston, LA e Denver.

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É aí que entram os carros autônomos. Eles poderiam levá-lo até a cidade e depois voltar para pegar o próximo passageiro. Isso diminui a eficácia, mas ainda é melhor do que deixar os carros parados por aí. Como a taxa de 10 vezes de utilização é demasiado otimista, vamos recalcular utilizando as taxas de 6 e 3 vezes:

Se todo mundo se deslocar dos subúrbios para a cidade e a utilização for apenas 3 vezes maior, a cidade poderia diminuir seus estacionamentos em 3.4 vezes. Nada mal! Com a chegada dos carros autônomos, as cidades podem reaproveitar uma área ainda maior. Quando em desuso, esse exército de carros autônomos poderia se deslocar até edifícios-garagens ou estacionamentos fora da cidade.

As perspectivas só melhoram. Ao comprar seu carro, você provavelmente calculou o maior denominador comum — qual é a viagem mais longa que seu carro fará? Ao escolher um carro compartilhado, é necessário considerar o menor denominador comum — o menor carro capaz de transportá-lo até determinado destino. Assim, uma única vaga pode ser ocupada por dois carros "smart".

Estamos entrando na era de ouro do carsharing. A maioria das pessoas com quem conversei imagina que as cidades do futuro serão parecidas com as de hoje, com a diferença de que todos terão um carro autônomo e elétrico. Na minha modesta opinião, isso é análogo às pessoas do século XIX imaginando cavalos mais velozes.

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O fim dos estacionamentos é apenas um dos benefícios do carsharing:

•Atualmente, se você usa um carro próprio para ir até certo destino, você é obrigado a usá-lo para retornar a esse mesmo local. O carsharing trabalha em conjunto com outras formas de transporte. Vá até algum lugar em sua bicicleta dobrável e, se começar a chover, fique tranquilo: reserve o carro compartilhado mais próximo e coloque a bicicleta no porta-malas. Vá até um bar em um carro compartilhado, beba sem medo e pegue um Lyft para voltar para casa.

•Menos carros estacionados significam que você passará menos tempo procurando vagas. Pesquisas indicam que, em média, 30% dos carros em congestionamentos ocorridos em centros urbanos estão à procura de vagas.

  • É preciso andar até o local onde seu carro pessoal está estacionado. Em uma cidade com um carsharing ideal, só seria preciso andar até o carro compartilhado mais próximo.
  • Com o uso de carros menores, a poluição diminui.
  • Caso você precise de uma van, de uma caminhonete ou de uma limusine, basta reservar uma por meio de um aplicativo.
  • O seguro e a manutenção dos carros são pagos pela empresa de carsharing, não por você. Como essas empresas tem uma frota enorme, elas ganham descontos nesses serviços.
  • Em caso de defeitos técnicos, você não precisará de um carro reserva. Com o carsharing, todo carro é seu "carro reserva".
  • Com a menor demanda por estacionamentos, as prefeituras poderão eliminar algumas vagas laterais e ampliar o número de faixas.

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No entanto, o carsharing não é perfeito. Alguns dos carros compartilhados que usei não estavam muito limpos — em um dos casos, alguém havia transportado um cachorro no banco de passageiro. Mas pensando bem, já passei meses sem limpar meu carro, ao ponto em que às vezes ele parecia ter sido usado para o transporte de porcos com intestino solto, então talvez eu não devesse reclamar.

A NOVA CARA DO FUTURO

Berlim tem um mercado muito competitivo e que nos oferece um pequeno vislumbre do futuro. A car2go, propriedade da multinacional Daimler AG, oferecia, originalmente, apenas carros smart. O maior concorrente da car2go é a DriveNow, pertencente à BMW e à Sixt, que oferece Minis e BMWs, como esse i3 elétrico:

Há algum tempo, a car2go decidiu turbinar suas opções de carros, o que significa que agora é possível alugar um Merc:

Crédito: car2go

A Citroen também resolveu entrar na festa. A empresa tem uma frota de C-Zeros elétricos disponíveis para aluguel através do aplicativo Multicity:

A Volkswagen, incomodada com o fato de que a Mercedes e a BMW estavam dominando o mercado, comprou 60% das ações da Greenwheels:

Seguindo os passoas da Sixt, que firmou uma parceria com a BMW, a Hertz criou seu próprio Hertz On Demand, embora seja justo concluir, com base em seu site, que a Hertz ainda está presa nos antigos moldes do serviço de aluguel de carros.

Mas por que se limitar a carros? Outros veículos enfrentam o mesmo problema. A empresa eMio adapta o conceito do carsharing a scooters elétricas:

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A ideia de motos compartilhadas pode soar cômica. Essa é uma questão cultural — enquanto nos EUA o veículo ideal é um sedan e na Europa, um carro compacto, dois bilhões de pessoas na Ásia veem as motos como uma forma de transporte essencial. Veja o exemplo dessa bela família vietnamita:

A eMio não é a única a investir nesse mercado. No mês passado, a Coup anunciou o lançamento de uma frota de 200 scooters compartilhadas, elétricas e com um belo design em Berlim:

Crédito: Gogoro

Ambas a Coup e a eMio recarregam suas motos de forma curiosa: suas equipes percorrem a cidade trocando baterias descarregadas por cheias.

Outras empresas de carsharing têm uma política de abastecimento "social". Um exemplo: a car2go não te obriga a reabastecer seu carro, mas caso você esteja disposto a encher menos de um quarto do tanque, você ganha 10 minutos de serviço gratuito.

Os preços são acessíveis. Na minha experiência, alugar um carro da car2go custa a metade de uma viagem de Uber em Berlim (que não é o verdadeiro Uber, para ser sincero). Mas quanto maior a popularidade, menores os preços.

Por fim, turistas podem alugar uma bicicleta da NextBike a 2€ por hora.

Sei o que alguns leitores empreendedores estão pensando. Mas não se animem: já existe um app que exibe todos os serviços acima em um mapa interativo de Berlim:

O FIM DOS ENGARRAFAMENTOS (E A ASCENSÃO DAS FILAS)

Mudanças mais radicais acontecerão quando os carros compartilhados dominarem as cidades.

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O carsharing pode extinguir os engarrafamentos e a hora do rush — mas isso não significa que você não terá que esperar.

E o que gera um engarrafamento? Muitos carros seguindo uma mesma rota. As rotas principais têm uma taxa de escoamento limitada, o que resulta em congestionamentos nos cruzamentos e nas avenidas. Os congestionamentos só pioram as coisas, já que eles diminuem a velocidade geral dos carros. Esse é um sistema caro, no qual você é obrigado a esperar sua vez dentro de um carro que poderia, em um cenário ideal, alcançar altas velocidades. Numa cidade com carsharing total, isso nunca aconteceria. Com menos carros disponíveis, o risco de engarrafamentos diminui. Agora você não precisa esperar o trânsito diminuir dentro de um carro parado, você só precisa esperar sua vez de pegar um carro compartilhado. Na minha opinião, isso é bem melhor. Vejamos por quê:

  • Você irá esperar na sua casa ou escritório, não no meio da rua.
  • Isso diminui a probabilidade de engarrafamentos.

Mas a espera por carros compartilhados cria duas possibilidades até então inéditas:

  • Carsharing "compartilhado". Imagine que você está no futuro; você abre um aplicativo de carsharing e pede um carro. O app te coloca em uma lista de espera e diz que o tempo de espera estimado é de 30 minutos. No entanto, alguém próximo a você está indo para a mesma parte da cidade. O app lhe oferece a opção de diminuir seu tempo de espera para 15 minutos caso vocês dois dividam um carro. Como você não conhece a pessoa, o aplicativo oferece a possibilidade de ligar a câmera interior do veículo (ela existe para garantir que os passageiros deixem o carro em boas condições). Você aceita a viagem compartilhada, mas recusa a opção da câmera, já que a outra pessoa tem 4.5 estrelas. Quinze minutos depois, seu carro compartilhado chega.
  • Carros compartilhados "premium". Digamos que você está com pressa e não quer usar uma empresa de carsharing que tende a otimizar a utilização dos carros. Você se torna cliente de uma empresa de carsharing mais cara e que garante que, caso seu automóvel não chegue em cinco minutos, sua viagem será gratuita. Você paga uma taxa a mais para se locomover com mais velocidade. É um sistema interessante, embora seja provável que todos os moradores dos bairros mais ricos irão escolher esse tipo de carsharing, em qual caso voltaríamos à estaca zero — seria preciso criar um serviço de carsharing "super premium". Outra opção seria aumentar o valor dos serviços durante o horário de pico, mas o Uber mostrou que a ideia de cobrar quatro vezes mais pelo que é, para todos os efeitos, o mesmo serviço não foi bem recebida pelos clientes.

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A REINVENÇÃO DO ESTACIONAMENTO

As cidades podem adaptar esse novo espaço disponível para uso público. Isso se aplica em especial às cidades europeias, que não foram projetadas para comportar carros — para dar espaço a eles, algo teve de ser destruído. Ao longo dos anos, as ruas foram ocupadas por vagas laterais, parques foram transformados em estacionamentos e novos prédios foram construídos ao lado de estacionamentos gigantescos. Caso nosso principal meio de transporte sejam os carros compartilhados, os prédios só precisarão de uma pequena área de estacionamento para "manobristas". Nesse caso, o manobrista não será uma pessoa, mas seu smartphone.

Isso irá alterar drasticamente as paisagens urbanas, em especial as áreas onde cada prédio possui seu próprio estacionamento. Mesmo a malha urbana mais densa pode mudar. Um exemplo: embora Barcelona, na Espanha, seja conhecida como uma cidade bem planejada, a maioria de suas ruas está tomada por carros. Algumas semanas atrás, os moradores da cidade ficaram empolgados com a anúncio da criação de "superblocos". A ideia é transformar um terço das ruas em vias de trânsito rápido e os outros dois terços em zonas de pedestres. O problema é que a segunda fase do plano inclui a eliminação dos estacionamentos localizados nas áreas de pedestres, a serem substituídos por garagens construídas em cada superbloco. O carsharing pode tornar esse projeto de dimensões gigantescas ainda mais eficiente:

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  • Metade das ruas serão transformadas em vias de trânsito rápido. As vagas em vias de trânsito rápido serão substituídas por duas novas faixas.
  • Metade das outras vias serão transformadas em ruas sem saída (utilizadas para estacionamento ou carshares) e a outra metade em zonas de pedestres.

Veja a ilustração abaixo:

Crédito: Zeljko Svedic

Essas soluções reaproveitam a infraestrutura existente (não é necessário construir novas garagens), e a cidade recebe novas praças no lugar de alguns cruzamentos. Os estacionamentos de rua são reduzidos em até quatro vezes, o que é possível graças ao carsharing. A maior distância até um carro compartilhado é sempre de um bloco.

Imaginem como essas mudanças afetariam uma cidade como Los Angeles. L.A. tem, hoje, 320 km² ocupados por estacionamentos, 1.4 vezes mais do que a área ocupada por ruas e rodovias.

Todas essas mudanças seriam motivadas por uma ideia muito simples: Carros devem ser conduzidos, não estacionados.

OS HERÓIS

Algumas pessoas previram o futuro há muito tempo.

O Zipcar, o Flexcar e o City Car Club entraram em funcionamento em 2000. Mas faltava algo: a praticidade de um smartphone.

Em 2007, Steve Jobs anunciou o lançamento do iPhone e, alguns anos depois, nasciam as empresas de carpooling: o Uber em 2009, o Sidecar em 2011, e o Lyft em 2012.

Em 2010, o car2go iniciou seus serviços em Austin, Texas.

Todos esses serviços eram convenientes e baratos, o que logo chamou a atenção das grandes empresas.

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Em 2014, Sergey Brin disse o seguinte sobre o carro autônomo do Google: "Os carros autônomos não exigem tantos estacionamentos, já que um mesmo carro é utilizado por várias pessoas. Quando você precisa deles, eles vão lá e te buscam".

Em 2016, Elon Musk anunciou seu plano-mestre, no qual ele afirma que "é possível adicionar seu carro à frota compartilhada da Tesla com um simples toque em nosso aplicativo, colocando seu carro à disposição e gerando renda extra enquanto você trabalha ou viaja".

Em 2015, a GM disse que "chegamos à conclusão de que nossa indústria, dentro do contexto do modelo de negócios tradicional, não é mais sustentável".

Palavras corajosas para um fabricante de carros à moda antiga! Considero esses membros revolucionários da GM, da Daimler, da BMW, da Ford e da VW heróis escondidos sob ternos cinzentos.

Mas em toda história de super-herói existem também…

OS VILÕES

Gerenciamento de mudanças para iniciantes: toda grande mudança, não importa quão boa, sofrerá oposição. Nesse caso, parece que os vilões são as pessoas que elegemos para defender nossos interesses.

O carro próprio não é um concorrente justo. Estacionamentos são subsidiados tanto por políticos quanto pelo cidadão médio. As pessoas querem estacionamentos "gratuitos", mas você realmente acredita que 16,8 m2 de área nobre podem ser "gratuitos"? E o dinheiro não vem só do bolso do contribuinte. Quando você vai a um McDonald's, você paga uma taxa de estacionamento embutida no valor do hambúrguer, pois o dono daquele estabelecimento precisou comprar o terreno onde você estacionou seu carro. Quando você compra um apartamento, parte do valor serve para custear a construção do estacionamento subterrâneo.

O livro The High Cost of Free Parking estima que o custo total dos estacionamentos "gratuitos" dos EUA é de 1-4% do PIB nacional (também recomendo que todos ouçam o episódio Parking is Hell do podcast Freakonomics). O valor gasto mensalmente com estacionamentos em grandes cidades vai desde US$438 em Boston, subindo para US$719 em Roma e chegando a absurdos US$1084 em Londres.

O que tanto intriga os economistas é uma questão simples para os políticos. Estacionamentos acessíveis geram votos. Minha cidade natal, Zagreb, na Croácia, é governada por populistas. Os moradores do centro da cidade podem largar suas carcaças de metal ao lado do Parlamento pela quantia módica de US$15 mensais. Passei anos reclamando do preço dos estacionamentos, mas hoje sei que estava errado.

Se o preço dos estacionamento estivesse sujeito às forças do mercado, a conta seria simples. Carros compartilhados passariam menos tempo estacionados e você dividiria o valor do estacionamento com outros usuários do carsharing. No caso dos carros particulares, a responsabilidade de gastar US$500 mensais em estacionamentos recai apenas sobre você.

Um prefeito que ajustasse o valor dos estacionamentos segundo a flutuação econômica seria cassado imediatamente. Então talvez o verdadeiro vilão da história seja você, caro eleitor, e não os políticos.

Tudo indica que o futuro do transporte urbano serão os carros autônomos, elétricos e compartilhados. Mas esse futuro elétrico exige carros com baterias cada vez melhores; além disso, os carros autônomos só chegarão às ruas daqui cinco anos. Ambos serão, sem dúvida, mais caros que a concorrência.

Entretanto, o carsharing já é uma realidade. Já temos serviços de carpooling como o Uber e o Lyft. É possível transformar seu carro em um carro compartilhado com a ajuda de kits como o Getaround Connect, de apenas US$99. Com novas leis municipais que incentivam o carsharing e proíbem a subsidiação dos estacionamentos, teremos cidades mais inclusivas e com um transporte melhor, tudo isso sem grandes investimentos de capital.

Mas, para isso, precisamos mudar nossa mentalidade. Se você concorda, divulgue essa ideia.

Tradução: Ananda Pieratti