Depois que eles terminaram, o acusado convidou a mulher para sua casa, onde, segundo os documentos do caso, "a segurou pelos pulsos, abriu suas pernas e a penetrou". Na decisão, o juiz disse: "Não é estupro porque essas práticas sexuais eram comuns entre o casal, e ele pensou que naquele momento não era diferente".As implicações desse caso são perturbadoras, principalmente para milhões de mulheres que praticam BDSM no mundo. É difícil apontar números exatos, mas uma estimativa dos anos 90 do Kinsey Institute Report dizia que de cinco a dez por cento das pessoas nos EUA estavam envolvidas em BDSM. Enquanto isso, a cena de BDSM já atraiu suas próprias alegações de abuso sexual. Sendo assim, uma mulher que gosta de sexo não convencional tem menos chances de ser levada a sério se for estuprada.Perguntei à professora Clare McGlynn, especialista em leis de estupro da Universidade de Durham, sobre o caso. É difícil pensar em paralelos legais dadas as diferenças na legislação de cada país, ela disse, mas o fato de que o histórico sexual da mulher foi levado em conta nesse caso é "muito problemático", já que o "consentimento deve ser dado para cada encontro sexual e nunca suposto por atividades anteriores".

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