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O Atentado à Bomba Contra o PT É uma Escalada

​A bomba incendiária lançada na madrugada de quinta contra a sede municipal do PT em São Paulo, segundo o deputado estadual Adriano Diogo, marca uma escalada de ódio político com consequências imprevisíveis.

Crédito: Partido dos Trabalhadores.

A bomba incendiária lançada na madrugada de quinta contra a sede municipal do PT (Partido dos Trabalhadores) em São Paulo marca uma escalada de ódio político com consequências imprevisíveis, disse à VICE o ex-deputado estadual Adriano Diogo (PT-SP) horas depois do atentado. "Não foi coisa de um lobo solitário, de um franco atirador. Foi um atentado organizado", disse.

Diogo, que presidiu a Comissão da Verdade da Alesp (Assembleia Legislativa do Estado de São Paulo) vê paralelo entre os crimes da ditadura e o evento dessa quinta. Nos anos 60 "se jogava bomba em banca de jornal, agora foi contra a sede de um partido", disse por telefone. "É brutal, bárbaro e perigoso que voltem a acontecer atentados. Isso foi contra a sede municipal do PT, um lugar legal, conhecido, no centro da cidade. Imagina o que teria acontecido caso houvesse algum segurança, alguém trabalhando no local naquela hora".

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No dia 15 de março, o PT já havia denunciado um ataque semelhante ao escritório do partido em Jundiaí, no interior de São Paulo. A ação foi executada no mesmo dia em que opositores da presidente Dilma Rousseff (PT) protestaram em todo o país.

Crédito: Partido dos Trabalhadores.

O deputado afirma que os autores do atentado "têm nome, telefone e RG". Perguntado sobre quem seriam, e a mando de quem estariam, respondeu: "Não posso fazer acusações, mas é só ver quem tem mostrado disposição, quem tem disseminado o ódio através de ideias. Essas pessoas que falam, escrevem, põem na rede e propõem coisas, acabam uma hora materializando. Tenho certeza de que isso é uma escalada. "

O documento que convoca os petistas para o próximo congresso nacional do partido, a ser realizado em Salvador dos dias 11 a 14 de junho, já previa o acirramento do clima, assim como a fala do presidente nacional da sigla, Rui Falcão, "o embate estende-se para além do segundo turno, quando a oposição, inconformada com a derrota, chega a flertar com o golpismo. E a fúria anti-governo e anti-PT não cessou, haja visto o contínuo ataque comandado pela mídia monopolizada."

Falcão convocou ainda a militância petista para sair às ruas no dia 31 de março, "em defesa da democracia".