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André Luís, presidente da Cabeções da Vila Prudente. Foto: Felipe Larozza/ VICE
Apesar das dificuldades financeiras, Carla exibe orgulhosa uma parte da fantasia da ala das Baianas na sede da Primeira da Aclimação. Foto: Felipe Larozza/ VICE
Carla fez uma rifa de um engradado de cerveja para arrecadar verba. Mas, dos 100 números, só vendeu 50. "Tenho que vender pelo menos mais 20 para pagar o engradado. Só falta eu ter que pagar do meu bolso!", protesta, com bom humor. Apesar da falta de dinheiro, a diretora demonstra orgulho pelas fantasias espalhadas pela quadra. O enredo deste ano é "Sou mascarado, esfarrapado e folião. Vem pro baile da Aclimação"."Percebi as humilhações que a gente passa para colocar uma escola na avenida. Mas a gente apela porque ama o que faz. Não só pelo prazer de ganhar, mas para continuar a viver do samba e pelo samba" — Vilza Carla Borges de Azevedo, diretora geral da Primeira da Aclimação
Montagem do carro alegórico da escola de samba Primeira da Aclimação. Foto: Felipe Larozza/ VICE
Preparação das fantasias na quadra da Cabeções da Vila Prudente. Foto: Felipe Larozza/ VICE
Lipão, presidente da escola de samba Isso Memo. Foto: Felipe Larozza/ VICE
"Eu estou apavorado com o meu carro alegórico. E vai dinheiro nesse negócio hein? Não quero mais nem atender telefone. Acabei de saber que falta cola para terminar a ala das crianças!", conta Lipão. "O Peruche é um bairro de classe baixa pra média, não tem empresas. Nosso apoio é padaria, é bar. O jeito é passar o chapéu no comércio. Fora a nossa própria contribuição.""Eu estou apavorado com o meu carro alegórico. E vai dinheiro nesse negócio hein? Não quero mais nem atender telefone. Acabei de saber que falta cola para terminar a ala das crianças!" — Cláudio Scabin, presidente da Isso Memo
Na sede da confecção do "tio" até o gato ajuda a Isso Memo. Foto: Felipe Larozza/ VICE
Em termos de estrutura, ao menos, a Cabeções está relativamente bem servida. A quadra da escola fica debaixo de um viaduto na Vila Prudente, toda decorada com fitas verdes e rosas, com espaço de sobra para a bateria ensaiar – e para os ajustes finais nas fantasias. Já o carro alegórico estava do outro lado do viaduto, ainda puro ferro e sucata, em um terreno baldio repleto de entulho, a menos de uma semana do desfile."O que a gente mais faz é tirar dinheiro do próprio bolso" — André Luís Jesus Reis, presidente da Cabeções de Vila Prudente
André relembra o passado da Cabeções enquanto sonha com um futuro melhor para a escola. Foto: Felipe Larozza/ VICE