Música

Mau Mau, Felipe Venâncio e Memê Tocam no Factory

Tudo começou no porão da Cave, uma das baladas mais fervidas do Rio de Janeiro. Em maio, os três brothers Mau Mau, Felipe Venâncio e Memê tiveram a ideia de se juntar para fazer uma festa mensal. Ok, podia ser apenas uma festa. Podia. Isso se não estivéssemos falando dos pioneiros da cultura club no Brasil. Resultado, a festa virou hit em um, dois.

A TRIO  desembarca na capital paulista no próximo dia 1º de novembro, quando Mau Mau, Venâncio e Memê irão comandar o som na Skol Beats Factory. Só para você ter uma ideia da potência de cada um deles, Felipe Venâncio foi o primeiro DJ brasileiro a se apresentar na meca da eletrônica, Ibiza, em 1998, no clube Privilege. Influenciado pelo techno de Detroit, Mau Mau iniciou sua carreira na e-music ainda em 1987 como residente da seminal Madame Satã, em São Paulo. E o carioca Memê, por sua vez, – remixer com mais de 150 faixas no currículo – é o cara responsável pelo primeiro sucesso de “Estoy Aqui”, da cantora Shakira. Sentiu o drama? Agora imagine esses três juntos.

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Curtiu? Para você ficar por dentro do que está por vir, trocamos uma ideia com o Memê que nos falou sobre como tudo começou e qual a proposta da TRIO. Fica esperto que os ingressos já estão à venda, R$30 para as mulheres e R$ 40 para os homens. Sem mais delongas? Vamos ao papo:

THUMP: A TRIO tem uma proposta interessante e curiosa, que é a ideia de armar “temporadas”. Como tudo isso começou?
Memê: Na real, as “temporadas” existem por conta da tentativa de juntar as agendas dos três DJs. Se pudéssemos, tocaríamos semanalmente ;-)

Esse conceito foi inspirado em algum projeto parecido? Tipo aquelas bandas de rock que  viajam juntas em turnê pelo mundo?
A ideia surgiu quando nos encontramos por 48 horas numa gravação de um show para a televisão no Rio de Janeiro. Foi tudo tão divertido, que a ideia parecia já estar acontecendo. Foi só a semana virar, e um ligar pro outro, tipo: “E se a gente armasse uma festa junto?”. Ligamos para a Pollyana Simões, grande promoter no Rio, que organizou a festa pra gente.

Esta semana vocês anunciaram a quarta e última edição da temporada 2014 no Rio. O que vem pela frente? Vai rolar uma nova temporada em outro clube/cidade?
A festa TRIO é muito forte. O público gosta, a imprensa gosta, os donos de clube mostraram interesse, e por isso estamos atendendo a pedidos e levando a festa a rodar pelo Brasil. O Rio de Janeiro ainda será palco de outras festas, mas não conseguimos juntar agendas para o final do ano, por isso encerramos “a temporada” de 2014 por lá.

A ideia é fazer quantas temporadas por ano? Já pensaram em incluir convidados especiais no lin-eup?
Somos três DJs com bastante experiência. A ideia central da festa é a rotatividade entre nós, mas obviamente caso apareça um amigo de fora, ou algo especial em que estejamos envolvidos e caiba trazer mais alguém, haverá sim tal convidado, mas não por obrigatoriedade. Já somos “fominhas” de toca-discos o suficiente (risos).

O evento que acontece no Skol Beats Factory será uma edição especial, ou marca o início de uma turnê por outros cantos do país? Pergunto isso, pois no Facebook tem um post anunciando que vocês vão viajar com a festa.
[O evento no Factory] é uma edição especial sim. Caso funcione, voltaremos a São Paulo, mas como disse, é o início de uma turnê.

Qual é o estilo de som predominante nas edições da TRIO?
Música boa! Não há “estilo”. Apesar de cada um individualmente ter seu estilo bem delineado. Somos todos apaixonados por música no geral, mas o bacana é que cada vez que um de nós assume o som, o próximo já fica inspirado a fazer tão bem quanto o outro, e isso abre um leque de opções infindável para o som. A única coisa que nos une na hora H é a música…95% eletrônica, of course. Não é palco para flashbacks, é bom que se diga, mas obviamente alguns clássicos são sempre nossa carta na manga. Surpreender o público é o que tem acontecido.

Os DJs se revezam nas pick-ups tocando juntos num back-to-back triplo ou tocam solo?
Essa talvez seja a maior atração da festa. Sem querer, e para dividir melhor o nosso set, inventamos algo ainda inexistente. Cada um de nós toca 30 minutos, num rodízio do início ao fim da noite. Ou seja, não importa a hora em que você chega [na balada], porque sempre vai ver os três tocando, e por ser um tempo limitado, cada um de nós volta ao som faminto para fazer muito melhor do que o último set. Isso provoca um “crescendo” na festa como é difícil de encontrar em line-ups fechados com duas horas para cada um. Foi a melhor coisa que criamos, e sei que vai acabar sendo copiada por muitos.

Como foi o clima das festas que já rolaram?
Bem, para você ter uma ideia, eu saí da primeira festa, às 09h da manhã, achando que tinha sido a melhor festa que toquei na vida. O Mau Mau não acreditava no que havia acabado de acontecer, e Felipe queria voltar pra tocar mais. O público delirava. Fechamos as portas com a casa ainda cheia, mas… não tinha jeito. O staff não estava programado para o que aconteceu. A vibe das festas você pode ver aqui:

Qual o perfil do público que o projeto tem atraído?
Gente interessada em música e pista, e não em aparecer ou ostentar isso ou aquilo. Gente mais nova que caiu na pista recentemente, e gente em torno de 35 anos, que não saía mais de casa, mas conhece a história de cada um de nós. Havia desde Suicide Girls e gente que viaja o mundo à procura de seu DJ preferido.

SKOL BEATS FACTORY
Rua Pedroso de Moraes, 1036, Pinheiros, SP.
Tel.: (11) 3814-7383

BEATS STAGE
Sábado, 1/11, a partir das 23h. R$ 40M | R$ 50H
Clique aqui para garantir seu ingresso antecipado