Todos os anos milhares de norte-coreanos fogem para a China. É uma viagem muito perigosa e têm tudo a seu desfavor, quanto mais não seja porque não são bem-vindos nesse país e geralmente precisam de fugir para um terceiro. Mas se forem, por exemplo, apanhados no Laos, o mais provável é que os devolvam à Coreia do Norte, onde os esperam anos de trabalhos forçados ou a morte.
Fugir para a Coreia do Sul é ainda mais arriscado e os números provam-no: poucas dezenas de milhares conseguiram até hoje fazê-lo com sucesso. E, mesmo que cheguem ao país vizinho a respirar, a aventura ainda não acabou. É preciso que abandonem o estatuto de desertores e passem a ser cidadãos, por isso o governo de Seul criou centros de formação para os desertores do Norte. O curso dura alguns meses e tem diferentes fases de aculturação. Os alunos aprendem coisas muito variadas, desde a história da península a noções de democracia, mas também lhes ensinam coisas práticas, como conduzir um carro, usar um multibanco ou pagar contas. O Thomas Morton visitou Hanawon, o mais famoso de todos esses centros.