Guia VICE para um muito melhor Super Bock Super Rock

São quatro palcos, 41 concertos e o eterno problema das escolhas. É certo que há coisas piores na vida – e que também há festivais com muito mais palcos e muito mais concertos -, mas, ainda assim, é sempre tramado querer ver o Kevin Morby e ter de sair do Manuel Fúria em passo acelerado. Vai acontecer! Ou não, um gajo logo vê, que o momento, nestes casos, é tudo.

Factos. O Super Bock Super Rock arranca hoje, 13, no Parque das Nações, em Lisboa, prolonga-se até sábado, 15, acontece desde 1995, vai estar um calor do caraças. Do’s & Dont’s. Bebe líquidos, intercala com água, vê o que te apetecer, não vejas o que não te apetecer, observa a vida a acontecer, corre entre palcos, não te aleijes, aleija-te, não aleijes os outros, abraça os teus amigos, não te esqueças de comer, não te esqueças do que queres mesmo ver, não andes à porrada, não tires fotografias ao Salvador Sobral, cumprimenta-nos se nos vires, paga finos, espreita os Red Hot Chili Papers (era assim que dizia um amigo meu e nunca mais fui capaz de dizer de outra maneira) só naquela cena da história, dá um salto ao Fatboy Slim só naquela cena da história, ou não dês… enfim faz acontecer, ou lá como se diz. Numa palavra: vive.

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Sendo que o mais certo é não ligares nenhuma ao que dizemos – e muito menos a sugestões de gente que não conheces de lado nenhum -, resolvemos, ainda assim, traçar um percurso pelos tais quatro palcos e 41 concertos. Não é exaustivo, são só meia dúzia de coisas. Pouco mais. Só naquela de nos orientarmos a nós próprios, mas, claro, estás completamente à vontade para dares também uma espreitadela (ah, e não sei se já te disse, mas se nos vires por lá, paga finos!).

Se, por outro lado, és daqueles que vai mas é ficar em casa, mantém-te atento ao Instagram e ao Facebook VICE Portugal, porque vamos fazer vários InstaStories e directos, com um equipamento bem jeitoso da LG.

ALEXANDER SEARCH – PALCO EDP – DIA 13, 17H30

É bem capaz de ser o primeiro concerto do dia mais concorrido de sempre. O projecto de Salvador Sobral e Júlio Resende vale por si, claramente, mas o efeito #Salvadorable ainda se faz sentir, por isso, aquilo que seria uma actuação para meia dúzia num final de tarde prazenteiro, será muito provavelmente uma enchente de fazer corar um ou outro cabeça de cartaz.

MINTA & THE BROOK TROUT – PALCO LG BY SBSR.FM – DIA 13, 19H20

Até vais começar a respirar melhor. Vais ver. E o Verão vai ser muito mais fácil de enfrentar… com as canções de Minta a iluminarem-te o caminho.

MANUEL FÚRIA E OS NÁUFRAGOS – PALCO LG BY SBSR.FM – DIA 13, 20H50

Como ainda agora por aqui escrevemos, Manuel Fúria não anda em busca da canção perfeita, O “problema” é que as faz às carradas. “O disco [Viva Fúria] está, no entanto, pejado delas. Como o está de referências. Sem pudores, sem tentativas de esconder o que quer que seja. ‘Sou um ladrão’, canta em ‘Canção Infinita’, talvez uma das melhores canções feitas em Portugal nas últimas duas décadas. Talvez, não. É mesmo”. Escrevemos e reiteramos. Portanto, calem-se e dancem!

THE LEGENDARY TIGERMAN – PALCO EDP – DIA 13, 22H50

É logo a seguir a Kevin Morby, que vais ver depois de dolorosamente abandonares Manuel Fúria à sua sorte, e vai ser um dos grandes momentos do SBSR 2017. Tigerman vai tocar na íntegra, e em exclusivo o seu novo disco que só verá a luz do dia em Janeiro de 2018. Gravado no Rancho de La Luna, no states, chama-se Misfit e, pelos excertos que Paulo Furtado tem dado a ouvir no Spotify, é só a melhor coisa de sempre.

Não vejas isto, não… Depois já podes ir descansado ter com os teus amigos aos Red Hot Chili Papers (já vos disse que era um amigo meu que dizia assim e desde então nunca mais consegui dizer de outra maneira?) e acabar a noite com o Xinobi e o Moullinex a partirem o Palco Carlsberg todo. Ah, não te rales com a cena da New Power Generation… por razões óbvias.

JESSIE REYEZ – PALCO EDP – DIA 14, 18H15

Pode ainda não ser um daqueles nomes que reconheças logo à partida, mas isso promete mudar e a actuação no SBSR pode muito bem ser crucial. Reyez está em ascensão meteórica à escala global e, tal como explicámos aqui recentemente, tem-no feito sem papas na língua e sem temer as pressões sexistas da indústria musical. Queres ver um fenómeno a florescer à frente dos teus olhos? És bem capaz de ter aqui uma oportunidade.

KESO – PALCO LG BY SBSR.FM – DIA 14, 18H50

Keso gravita entre a música e o cinema. O ano passado editou “KSX 2016”, de onde é retirado este “BruceGrove”, que podes ouvir e ver acima, num vídeo realizado por Marco Ferreira a.k.a. Keso. Cerca de uma hora antes de subir ao palco, o músico vai estar à conversa connosco num FB Live, em VICE Portugal.

FUTURE – PALCO SUPER BOCK – DIA 14, 00H00

Future actua pela primeira vez em Portugal e chega em estado de graça ao Super Bock Super Rock. O concerto dá início à digressão europeia do rapper norte-americano e deverá passar pelos seus dois últimos álbuns. Das profundezas de Atlanta para os maiores palcos do Mundo. Alguém que lhe diga para quando sair do palco ver se ainda apanha meia nesga dos Beatbombers no Palco Carlsberg a mostrarem como é que se faz.

BRUNO PERNADAS – PALCO EDP – DIA 15, 17H20

Aperta o cinto, senta-te confortavelmente e, quando lá chegares acima, desfruta da vista. A Terra é azul, redondinha (pelo menos para a maioria de nós) e o espaço é infinito. Pernadas está a soar no stereo da nave e está tudo bem. Tudo jóia. Depois do concerto, por volta das 19h00, entramos em directo com o músico no FB VICE Portugal.

BLACK BOMBAIM – PALCO LG BY SBSR.FM – DIA 15, 20H55

Ainda não saíste de uma viagem espacial e já te vais meter noutra. É assim a vida. Só que, nesta, em vez de ires relaxadinho no confortável cadeirão almofadado do cockpit, vais a levar porrada em gravidade zero. E vais a gostar ainda por cima.

DEFTONES – PALCO SUPER ROCK – DIA 15, 22H00

Cedo se percebeu que Chino Moreno e companhia não eram daquele tempo em que apareceram. Um tempo de nu-metal, insípido, mediático, demasiado teatral, vazio. Longe disso. Os Deftones sobreviveram, atravessaram o período de nojo de um género a que os colaram só porque era muito mais simples. Em 2017 continuam a descarregar virulência por onde passam e desta vez não será diferente.