A produção de Cadu Tenório pode não ser muito palátavel à primeira ouvida. O entourage criado pelo carioca, nesse caso, serve de entrada para sua anti-música. Em seu novo álbum, Vozes, não só o título, mas também a capa e o nome das faixas dão uma ideia que deve ser aproveitada sobre o que esperar das frequências audíveis criadas pelo músico.
A arte do disco – uma colagem mal-ajambrada feita com imagens de garotas de hentai no gozo do sexo, balas de fuzil e cruzes cristãs – conversa com os títulos quase monossilábicos das quatro peças. São a introdução dos quase quarenta minutos em que Cadu manipula células sonoras em tempo e textura, aos moldes de uma música eletrônica primordial.
São momentos em que o silêncio fala mais que o som. Não há compassos perceptíveis, tampouco tempos marcados. Em "Procissão", Cadu até ensaia um convite à pista na onda do future beats, mas ele logo corta a brisa em nome de suas explorações fantasmagóricas. Ao lado das sínteses vocais de inteligência artificial, essas viagens e seus cortes são a linha a seguir no disco.
Terceiro álbum solo de Cadu, Vozes já está disponível no esquema pague-quanto-quiser no Bandcamp do cara. O disco tem lançamento pela Sinewave, aquele selo cuja descrição do grupo no Facebook é "Música que parece que tá com defeito" – algo que Cadu avisa em uma de suas novas composições.
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O Cadu lança uma média de 63 discos por ano:
O Disco Novo do Cadu Tenório É uma Lembrança Através de Ruídos
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