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O Facebook deu um jeito de combater o 'revenge porn'

Agora dá pra denunciar imagens inapropriadas e impedir que elas sejam compartilhadas de novo.

Esta matéria foi originalmente publicada na VICE News.

O Facebook está criando novos meios para combater o revenge porn, o "pornô de vingança", oferecendo ferramentas para denunciar imagens inapropriadas e impedir que elas sejam compartilhadas de novo, anunciou a empresa na última quarta-feira (12).

"Essa é nossa parte no esforço para construir uma comunidade segura dentro e fora do Facebook", escreveu Antigone Davis, chefe de segurança global da empresa, numa postagem num blog.

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Pornô de vingança — compartilhar online fotos sexualmente explícitas sem o consentimento da pessoa, geralmente para assediar, chantagear ou humilhar — há tempos é um problema no Facebook. A empresa foi processada várias vezes por pessoas afirmando que a rede social poderia ter feito mais para impedir que suas imagens íntimas fossem postadas repetidamente sem seu consentimento.

Os usuários do Facebook já podem denunciar imagens que estão sendo compartilhadas sem sua permissão, marcando as mesmas como "uma imagem nua minha". Depois que uma equipe especialmente treinada do Facebook revisar a denúncia e a imagem, a equipe pode escolher remover a foto ou até tirar do ar a conta que a compartilhou.

Depois o Facebook usará uma nova tecnologia de comparação de fotos para impedir automaticamente que a imagem seja compartilhada novamente no Facebook, Messenger ou Instagram (que é propriedade do Facebook).

Para desenvolver a ferramenta, o Facebook fez uma parceria com a Cyber Civil Rights Initiative, uma organização sem fins lucrativos que visa impedir a publicação de "pornografia não consensual" e ajudar suas vítimas. Numa declaração, a Cyber Civil Rights Initiative disse que o Facebook agora "aumentou o padrão de resposta da indústria da tecnologia para abuso online".

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"É errado, é prejudicial, e se você denunciar isso para nós agora, vamos usar uma IA e reconhecimento de imagem para evitar que isso seja compartilhado em todas as nossas plataformas", disse o fundador do Facebook Mark Zuckerberg sobre pornô de vingança, numa postagem na rede social.

Um em cada 25 norte-americanos são ameaçados ou foram prejudicados depois que pessoas postaram imagens sexualmente explícitas suas sem consentimento, segundo uma pesquisa da Data & Society Research Institute. Mulheres jovens são as que mais sofrem — uma em cada 10 mulheres com menos de 30 já foi vítima de pornô de vingança. No Brasil, a ONG Sagernet aponta números discretos de pornô de vingança: em 2016, foram registrados 301 casos de nudes vazados.

De toda forma, a notícia do Facebook vem na esteira de vários escândalos de pornô de vingança envolvendo a rede social, incluindo a revelação de que membros do Corpo de Fuzileiros Navais dos EUA usavam um grupo privado do Facebook para compartilhar, solicitar e fazer comentários sexuais violentos sobre fotos de suas colegas. Agora, todo mundo de olho.

Tradução: Marina Schnoor

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