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Música

A Condé Nast Comprou a Pitchfork, mas a Moral da História É “Homens Millennials”

Os números apontam que os leitores da Pitchfork são, sim, homens e jovens — então por que estão todos loucos no Twitter?

O New York Times aninciou na terça (13) que a mega editora Condé Nast está comprando a Pitchfork Media por um valor não divulgado. Essa aquisição provavelmente é uma boa jogada para os dois lados; a Pitchfork está garantindo seu futuro a longo prazo se juntando a uma família de elite que inclui Vogue, Vanity Fair e The New Yorker, e agora pode desfrutar dos recursos (financeiros) que estão no pacote de associado do exclusivo clube. Enquanto isso, a Condé Nast pode engrossar seu portfólio com sua primeira publicação musical — que por sua vez possui um ótimo departamento de vídeo, além de festivais de música em Chicago e Paris.

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A internet previsivelmente explodiu assim que a notícia apareceu. Enquanto a maior partes das reações iniciais nas mídias sociais foram diversas variações de "nossa", um número significante focou em uma citação da matéria do Times da fala de Fred Santarpia, responsável pela porção digital da Condé Nast, que comandou a aquisição. De acordo com Santarpia, comprar a Pitchfork vai trazer "um público apaixonado de homens millenials para a Condé Nast."

Algumas pessoas se sentiram ofendidas. Outras apenas viraram os olhos. Mas a maioria concordou que "homens millenials" era um jeito esquisito de categorizar o principal público da Pitchfork.

It's not that Pitchfork being sold to Condé Nast is bad, but it's troubling they think it's a publication read only by "millenial males."
— michelle buchman (@michelledeidre) 13 outubro 2015

"Não é que a Pitchfork ser vendida pra Condé Nast seja ruim, mas é assustador eles pensarem que é uma publicação lida apenas por "homens millenials"

for real there are a lot of great female writers who have written for p4k and the "millenial males" comment is a slap in the face
— AHHHH!dam Downer (@AdamEDowner) 13 outubro 2015

"Sério, têm várias mulheres ótimas que escreveram pra Pitchfork e o comentário "homens millenials" é um tapa na cara"

Em segundos, a procissão de piadas #millenialmales começou a pegar no Twitter:

Binders full of millenial males
— DJ George Costanza (@George_Costanza) 13 outubro 2015

"Centenas de homens millenials."

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Band name idea: Millenial Males.(All female band.)
— Beauty Pill (@beautypill) 13 outubro 2015

"Nome de banda: Homens Millennials (para banda de garotas, claro)."

"passionate millenial males in your area, looking to argue over who knew about the band Beirut first"
— Deaux (@dstfelix) 13 outubro 2015

"Homens millenials apaixonados na sua área, buscando discutir sobre quem descobriu a banda Beirut antes"

dispassionate millennial females ftw pic.twitter.com/Y9VlbjCnwo
— Lindsay Zoladz (@lindsayzoladz) 13 outubro 2015

"Mulheres millenials desapaixonadas"

A cobertura da notícia na mídia veio logo em seguida, com muitas chamadas focando na frase ofensiva em diferentes graus de piada: "Conde Nast Vai Atrás de Homens Millenials com Compra da Pitchfork: É uma Boa Jogada?" (Forbes); "Condé Nast Compra Pitchfork Media, Atrás da Fatia 'Homens Millenials" (Gothamist); "Conde Nast Compra Pitchfork por Atrair Leitores "Homens Millenials"(Quartz), Condé Nast Compra o Site de "Alto Valor de Homens Millenials" Pitchfork por Valor Não Revelado (Gawker).

É possível que a citação de Santarpia tenha sido tirada de contexto — ou que ele tenha sido enganado a dizê-lo para o reporter do Times. Sem estarmos presentes na entrevista, nunca teremos certeza. Mas essa constatação é verdadeira? De acordo com os números mensais do QuantCast, 82% dos leitores da Pitchfork são homens, e 55% estão entre as idades de 18-34. Então Santarpia não está exatamente errado — na verdade, ele acertou na mosca.

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O que toda a polemiquinha realmente mostra é a crescente conscientização que a indústria da música precisa ser menos festa da linguiça. A jornalista de música Jessica Hopper, que é ironicamente uma editora senior na Pitchfork, ganhou muito apoio ao seu livro publicado esse ano chamado The First Collection of Criticism by a Living Female Rock Critic [A Primeira Coleção de Críticas de uma Crítica de Rock Mulher Viva, em tradução literal], assim como quando foi ao Twitter pedindo para pessoas compartilharem histórias de discriminação sexual na indústria. Estrelas imensas de todos os gêneros — incluindo Grimes, Björk, Miley Cyrus, e mais recentemente, Nicki Minaj — todas usaram seu espaço para esse ano para atacar o sexismo e os padrões distintos para mulheres na indústria.

Então, o ataque #milennialmales talvez seja de fato uma coisa boa, porque está nos dando outra chance de tentar fazer da música cada vez menos o Clube do Bolinha… enquanto ao mesmo tempo nos deu esse glorioso tweet:

you know what else has a passionate audience of millennial males? my butt
— monica heisey (@monicaheisey) 13 outubro 2015

"Sabe o que mais tem um público apaixonado de homens millenials?

meu rabo"

_Veja Michelle Lhooq assobiando para homens millenials no Twitter_

Tradução: Pedro Moreira

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