Pergunta da Semana: Achas que há ETs na Terra?

Imagina o susto: um dia chegas a casa e descobres que os teus pais são extraterrestres. Boa, agora TU és um extraterrestre! Todas aquelas piadas de escola do "onde é que deixaste a nave?" passam a fazer sentido. Estou a brincar: os teus pais não são ETs e tu és só um tono de quem ninguém gosta. Mas e se houvesse mesmo aliens disfarçados de gente a andar por entre a multidão? O teu professor, o teu amigo, o teu patrão, a tua cara metade. Meu, era assustador! E super fixe também, claro. É nestas alturas que penso que aquele aparelho dos MiB dava mesmo um jeitão, só por precaução. Sou só eu que me preocupo com estas coisas? Fui para a rua descobrir as vossas teorias sobre o assunto.

Jaime Santos, 62 anos, comerciante Jaime: Sim. Tens alguma suspeita?
Não sei, tenho ideias. No planeta Terra habitam muitas pessoas, de maneira que é assim… É assim? Mas há alguém que aches que é um extraterrestre, ou não?
Não sei, isso é uma coisa que já me ultrapassa. Imagina que chegavas a casa e alguém da tua família era um extraterrestre. Como reagirias?
Bem, isso é difícil de responder. Um monstro verde nojento!
Isso é complicado, mas acho que ficava chateado, claro. Mas até podia ter vantagens, podia ser alquimista ou assim. Vocês, os comerciantes, só pensam nisso. António Reis, 47 anos, empregado de construção civil António: Não. Ainda não estou muito convencido disso. Então, ainda ninguém te levou às estrelas?
Não. Estrelas é só com a minha Maria, ela é a única que me leva às estrelas. Ai é? Então, imagina que chegavas a casa e ela era um extraterrestre. O que farias?
Pá, não sei. Talvez tivesse de aguentar com aquilo na mesma! Que eu saiba, ainda não inventaram divórcio entre humanos e extraterrestres.
Não, mas também não queria, sou feliz assim. E depois, onde é que irias com a nave espacial para uma segunda lua-de-mel?
Podia ser para Júpiter, parece-me bonito. Inês, 19, estudante Inês: Deve haver, penso que sim. Estás a falar de quem?
Não sei, mas… Não estás a falar de mim, pois não?
Não! [risos] De certeza?
De certeza! Absoluta?
Absoluta. Acho que não, não pareces. Imagina que eu agora, do nada, despia a minha pele e era um extraterrestre. Como é que tu reagirias?
Acho que reagia bem, acho que te receberia com simpatia. Não é uma coisa que me meta medo. Como é que tu imaginas os extraterrestres?
Como pessoas iguais a nós. Dá que pensar. Raquel, 18, estudante Raquel: Não sei. [risos] Não sabes? Ainda ninguém te levou ao céu?
Não, ainda estou à espera. Então: cheguei!
[Risos] Estou a brincar. Já pensaste que podes ser um extraterrestre?
Não. Não és?
Não sou! Como é que eu posso ter a certeza?
Não sei. Isso é muito relativo. Pronto, imagina que amanhã acordavas com uma telefonema. Eram os teus amigos extraterrestres, a dizer que ganhaste o prémio de deusa do universo e que podes criar um planeta. Como é que esse planeta seria?
Não vai ser perfeito, de certeza. Já estás a desistir, logo ao início?
Não faço nada perfeito, não sou perfeita. Iria ter erros. Fogo, que raio de deusa. O que é que ia ter?
Ia ter os meus amigos. Não sei, ia ser igual a este. Incrível, até a copiar dás erros. Joaquim Henriques, 46 anos, agricultor e activista dos direitos dos animais Joaquim: Acho que não, se existissem já se teriam revelado. E se alguém da tua família, depois de uma noite mais bebida, te dissesse que era um ET?
Devia ser a brincar. E se alguém te dissesse: “Pá, a minha espécie quer fazer as coisas à tua maneira, os teus inimigos vão todos sofrer.”
É um bocado agressivo, ia dizer para ser sem violência. Pois, mas tu não mandavas assim tanto e tinhas a oportunidade de começar um planeta novo.
Então, faria um planeta vegan. Dessa não estava à espera… Fotografia por Camila Vale