Estudantes da USP ocupam prédio contra suposto caso de aluna agredida no CRUSP

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Estudantes da USP ocupam prédio contra suposto caso de aluna agredida no CRUSP

Uma aluna teria sido espancada por seu companheiro dentro do conjunto residencial para alunos de baixa renda da universidade.

Alunos ocuparam o prédio da Superintendência de Assistêncial Social (SAS) nesta madrugada. Foto: Reprodução/ Facebook/ Centro de Estudos Geográficos (CEGE)

Alunos da Universidade de São Paulo (USP) ocuparam o edifício da Superintendência de Assistência Social (SAS) para protestar contra o caso de uma estudante que teria sido agredida por seu companheiro na última segunda (4). Cadeiras foram empilhadas impedindo o acesso pelo portão do prédio, que recebeu faixas com dizeres como "SAS encobre agressor". Isso foi durante a madrugada desta quarta (6), e cerca de 20 alunos passaram a noite no local.

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De acordo com os estudantes, uma moradora do CRUSP (Conjunto Residencial da Universidade de São Paulo), voltado para alunos de baixa renda, foi espancada por seu companheiro. Uma moradora do local que prefere não revelar seu nome relatou que alunos se dirigiram até o apartamento depois de ouvirem gritos. Lá, estava o suposto agressor e seu irmão, que também teria agredido a jovem. "Chamamos os seguranças da moradia estudantil e queríamos que chamassem a polícia porque se enquadrava como flagrante. A moça sangrava muito. E os seguranças se recusaram", informou. "Eles [seguranças] tiraram os rapazes do apartamento, levaram todo mundo pra fora. E aí já não era mais um flagrante. Eles falaram que a polícia não podia entrar, mas ela sempre entrou. A polícia tá no campus, na verdade."

Sem auxílio dos seguranças, a aluna teria sido amparada por outros estudantes. "Levamos a moça pra Delegacia da Mulher, que estava fechada. Ela tentou ser atendida numa delegacia comum e o sistema não funcionava. Ela só conseguiu fazer um corpo de delito no outro dia", relata a moradora.

Segundo publicação da Rede Não Cala, formada por professoras e pesquisadoras pelo fim da violência sexual e de gênero, o provável agressor já teria três boletins de ocorrência contra ele.

Para a moradora do CRUSP, esse tipo de acontecimento não é novidade. "Faz anos que vários abusos e violência contra a mulher acontecem na moradia estudantil: violência psicológica, de estupro, de violência doméstica."

No manifesto publicado pelos alunos, a SAS não tem "nenhuma preocupação com o amparo, saúde psicológica e segurança das vítimas, muitas vezes obrigando-as a conviver com seus agressores." O documento também exige a expulsão do acusado.

Procurada pela reportagem da VICE, a assessoria de imprensa da USP não se pronunciou sobre o caso.

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