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MANDADOS E UM SOLDADO "DETIDO"AS QUATRO LINHAS DE INVESTIGAÇÃO
De acordo com a SSP, há quatro linhas de investigação postas em prática no momento. Elas envolvem a possibilidade de:
- participação de guardas civis;
- participação de policiais militares;
- participação de traficantes;
- participação conjunta de guardas civis e policiais militares.
Por telefone, o Tribunal de Justiça Militar do Estado de São Paulo (TJMSP) informou à VICE que, até o dia 26, 19 mandados de busca e apreensão foram expedidos: 14 na sexta-feira (21) e cinco no sábado (22). No dia 26, a prisão preventiva do soldado Fabricio Emmanuel Eleutério foi decretada.Anteriormente, Fabricio estava em "recolhimento administrativo" e não "preso", como a imprensa divulgou. Antes da prisão ser decretada, a assessoria de imprensa explicou: "Ele está recolhido administrativamente na Corregedoria. Não pode sair pra rua. E, se houver necessidade de prisão, aí eles [a Corregedoria] mandam pra cá o pedido de prisão temporária ou preventiva".De acordo com uma reportagem publicada pela TV Globo, o policial foi reconhecido por uma vítima que sobreviveu à chacina através de fotografias. A matéria destaca que, em depoimento, o suspeito contou que, no dia do crime, esteve em casa até as 18h. Depois, buscou a namorada no trabalho e a levou para casa. Lá, eles teriam comido pizza, assistido a um filme e dormido. Por volta das 21h30, ele teria recebido uma mensagem no celular falando sobre os ataques em Osasco. Em depoimento, o policial teria admitido para a Corregedoria que estava afastado das ruas e que havia sido indiciado por cinco homicídios e por suspeita de integrar um grupo de extermínio. A justiça o teria inocentado em dois casos.
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As apreensões, que aconteceram nas residências dos suspeitos, servirão para que a SSP desenrole o caso. "Apreendemos diversos documentos, diversos celulares e provas que podem ser utilizadas ou não, dependendo agora do cruzamento das investigações", frisou o secretário Alexandre de Moraes.Uma reportagem do SBT divulgou que dois guardas civis chamados William e Machado são suspeitos. Um deles, inclusive, moraria na mesma rua em que parte dos assassinatos aconteceu.OS CRIMES"Não há dia, noite, não há sábado, domingo. As investigações continuam e vão continuar", relatou o secretário de segurança pública Alexandre de Moraes.
Segundo a polícia, o primeiro crime foi comunicado por volta das 21 horas e o último, aproximadamente às 23h. Nos locais, foram encontradas cápsulas de armas de calibre 38, 380, além de projéteis de 9mm, que são de uso exclusivo das Forças Armadas. No mesmo dia, aconteceu um homicídio em Itapevi, embora qualquer conexão com a chacina tenha sido descartada pela polícia posteriormente.Um dia depois dos ataques, o secretário da SSP escalou 70 policiais civis e técnico-científicos para formar uma força-tarefa e investigar as mortes.
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Na semana passada, a SSP chegou a divulgar que pagaria R$ 50 mil para quem ajudasse com informações que levem à identificação dos criminosos. A pasta informou que esse foi o maior valor oferecido pelo Programa de Recompensa, lançado em maio de 2014 pelo Governo do Estado de São Paulo.GRUPO DE EXTERMÍNIO?
Em entrevista coletiva dada no dia 25, o secretário Alexandre de Moraes deu novas declarações sobre a possibilidade de os policiais se organizarem para vingar a morte de outros soldados. "Nós não lidamos com a hipótese de grupos de extermínio dentro da instituição", falou.LUTO
Na dia 20, integrantes da ONG Rio de Paz estiveram na Avenida Paulista protestando contra as mortes e exibindo uma faixa que questionava: "Quem matou os 18?". No mesmo dia, familiares das vítimas e moradores de Osasco se reuniram em frente a um bar no bairro de Munhoz Júnior, onde 10 pessoas foram baleadas e oito morreram. Lá, faixas de protesto e flores foram exibidas. Inclusive um cartaz com os dizeres: "A quebrada só pede paz, e mesmo assim é um sonho".* Atualização: Na madrugada desta quinta-feira (27), uma jovem de 15 anos que estava hospitalizada morreu. Ela é a 19ª vítima da chacina. De acordo com o jornal Metro, Letícia Vieira Hillebrand da Silva foi baleada enquanto conversava com uma mulher na Rua Suzano, em Osasco.