Guia VICE para encheres a barriga no Reverence Santarém
Nós já reservámos lugar no Reverence Santarém. E tu? Todas as fotos pelo autor.

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Guia VICE para encheres a barriga no Reverence Santarém

"Encheres a barriga" de comidinha da boa, porque para encheres a barriga de música da boa, no Reverence não precisas de guia nenhum.

São os últimos foguetes de um Verão que, apesar de tudo, é certo e sabido que te vai deixar saudades. Em Santarém está tudo a postos para receber a turba rock n' roll que na próxima semana vai invadir a freguesia da Ribeira, sedenta de decibéis, de peso, de psicadelismo, de riffs eternos e vá, de umas fresquinhas e da tradicional hospitalidade ribatejana à mesa.

O Reverence muda-se este ano de armas e bagagens para a cidade escalabitana e com ele leva toda a ainda curta, mas potente história de um Festival que nasceu nas margens do Tejo com o propósito inalterável de não ser apenas mais um no sobrepovoado panorama festivaleiro nacional. É Verão, mas já quase não é, já toda a gente leva muitos quilómetros de estrada no pêlo e quilos de pó nas ventas, já toda a gente bebeu litros de cerveja e ouviu/viu o que queria e o que não queria.

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No Reverence sabe-se isso muito bem e, portanto, na hora de alinhavar o cartaz, pesa sempre mais a emoção que a razão.

Esse modus operandi ficou bem claro na conversa que a VICE teve recentemente em Santarém com Alexandre Travessas, da organização do Reverence e que podes ver ou rever acima. Melómanos, gente que vive para a música (ou que nasceu para ela, como diria a outra, vá) a organizar festivais, dá nisto. Se calhar parte do público não conhece metade do cartaz, mas confia. E confiar, neste caso, é saber que vai descobrir coisas, que se vai surpreender, que vai comprar mais discos, sacar mais mp3s, ouvir mais streams assim que o festival termina.

A partir de hoje, têm exactamente uma semana para se prepararem para o Reverence Santarém 2017. O festim com mais de 50 concertos arranca a 8 e de Sertembro e continua a 9, com destaque para o contingente luso, é certo, (promessas ou veteranos, é absolutamente secundário, quando literalmente tudo o que está no cartaz é imperdível), mas em que vão poder ver também, com esses olhos que a terra há-de comer, os Gang of Four, Mono, Esben and the Witch, Oathbreaker, ou Dead Rabbits.

Na imagem abaixo Abaixo podes ver o alinhamento completo e AQUI tens toda a informação essencial para durante dois dias (ou mais, que a terra é acolhedora) assentares arraiais na Praia Fluvial da Ribeira de Santarém.

E agora, vamos ao que interessa. Morfes. Comidinha. Rancho. Paparoca da boa. O que te deixamos abaixo é mais uma molhada de razões para desfrutares a sério da jornada Reverence. Haverá coisa que diga mais sobre uma localidade e as suas gentes do que a comida?

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Hoje em dia, a experiência gastronómica é imprescindível. É mais certo que te chateies com um bitoque horrível que comeste num tasco armado em gourmet, do que com um concerto menos conseguido de uma banda que apanhaste às cinco da tarde a aquecer as hostes.

Tradições locais, comida normal, pequenos-almoços revigorantes, lanches refrescantes com paisagens de cortar a respiração à tua volta, petiscos e copos a condizer, gelados incríveis para amainar os efeitos da canícula ribatejana e, claro, as pessoas que te vão servir e fazer com que te sintas em casa. Estas são algumas das nossas escolhas, cabe-te a ti descobrir o resto.

PASTELARIA BIJOU

Rui Vieira

Em pleno centro histórico da cidade, junto à Sé, a Pastelaria Bijou é um clássico escalabitano, onde podes elevar os níveis de açúcar no sangue de que vais precisar para o resto do dia. O senhor Rui Vieira é funcionário da casa há 32 anos e garante que não vais encontrar melhores Pampilhos (aqueles rolinhos magníficos, com recheio de doce e ovos, que vês na imagem acima), Celestes de Santa Clara, doce conventual típico de Santarém, à base de ovo, amêndoa e hóstia e Arrepiados. Bons pequenos almoços!

BAR DO POSTIGO

António Amorim

Aqui não há facebooks, instagrams, ou o raio que vos parta. Aqui há bifanas ("as melhores"), carapauzinhos de cebolada, pastéis de bacalhau, chamuças, presunto vinho do melhor e minis fresquinhas (também há litrosas). Pequeno-almoço dos campeões, almoço ligeiro, ou mata-bicho de meio da tarde e o senhor António Luís Baptista Amorim (assim mesmo, nome completo) a servir-vos sem peneiras e sem paninhos quentes. Ai, os meninos vêm de fora? Então alimentem-se, mas é e provem lá esta pinga que até mortos ressuscita. É na Travessa do Fróis. Procurem, ou perguntem, que quem tem boca vai a Roma.

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Octávio Inácio

Bifanas e tal, mas um gajo às vezes também tem de se sentar à mesa, com um repasto de tacho a fazer lembrar a comida da mamã e essas cenas. Pois, em Santarém, uma das melhores opções é esta Taberna do Sebastião. Pratos clássicos da cozinha portuguesa, como nos conta o proprietário, Octávio Inácio, depois de aviar um Bacalhau à Lagareiro com um aspecto que nem vos digo, nem vos conto, atendimento familiar e uma decoração tipicamente escalabitana… sabes bem do que é que estamos a falar. Ah, e os preços são bem capazes de vos surpreender… pela positiva.

STAR PUB

Diogo Almeida e Vera Leal

E aquele copo acompanhado de uma caracolada, mesmo antes da rockalhada junto ao Tejo? Pois bem, é aqui. No Star Pub encontram o Diogo Almeida e a Vera Leal, que vos vão servir a cerveja mais fresca de Santarém, ou o cocktail de que estavam a precisar para espevitar a molécula antes de embarcarem no mosh selvagem. Também há tostas especiais, caso a ressaca vos tenha impedido de aviar algo mais substancial.

CAFETARIA PORTAS DO SOL

Elisa Cipriano

Se o que te apetece mesmo é relaxar um bocado num dos sítios mais emblemáticos de Santarém e ter ali mesmo à mão uma paisagem incrível sobre as Lezírias do Tejo, então a escolha é simples e tens à tua espera a esplanada da Cafetaria Portas do Sol. É o local clássico para um lanche ligeirinho, pastelaria, sandes, tostas e coisas que tais e a Elisa Cipriano a receber-te com um sorriso caloroso.

PASCOALINI GELADARIA

Rui Pascoalinho

E aí está a sobremesa que faltava. A Pascoalini é aquele sítio onde não podes mesmo deixar de ir, sob pena de arrependimento para o resto da vida. Rui Pascoalinho e a mulher abriram o negócio há quatro anos e, desde então, já criaram mais de 100 sabores de gelados. Isso. 100. Não os vais encontrar todos disponíveis, claro está, mas os que estiverem podes ter a certeza que te vão surpreender. Gelado de Pampilho, de Celeste de Santa Clara (os tais doces tradicionais de que já demos conta mais acima), gelado de Mousse de Chocolate com Arrepiado de Almoster, ou as receitas feitas com produtos locais, como o Melão ou o Morango de Almeirim, fazem parte do cardápio. Chega? Se não chegar há ainda, entre outras coisas, os crepes e os waffles. Atira-te a isto! Sem medos.