As igrejas evangélicas não estão nem aí: se é pra espalhar a palavra, usarão os meios precisos. A gente sabe que que elas se utilizam de programas de televisão, operadoras próprias de TV a cabo, serviços de streaming tipo Netflix com filmes e pregações e, por que não, cartões de crédito. Para fechar o círculo, a última fronteira a ser explorada por algumas denominações é fornecer um serviço de operadora móvel.
No mercado nacional, há pelo menos três exemplos de igrejas evangélicas que atuam como uma operadora móvel virtual (ou MVNO, Mobile Virtual Network Operator, no jargão das telecomunicações). A pioneira nisso foi a Assembleia de Deus com a Mais AD; depois veio a Igreja da Fé (que está homologada, mas ainda não opera) e, mais recentemente, a Sara Nossa Terra com a Mais Parceiros de Deus.
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Não é à toa que essas igrejas são pioneiras na modalidade de negócio. “Essas denominações são muito ágeis”, explica Edin Abumansur, do departamento de teologia e ciências da religião da PUC-SP. “Algumas tradicionais, como católica, luterana ou metodista, até por um senso de proteção, se movem de forma muito mais lenta. Enquanto isso, em algumas igrejas neopentecostais, as decisões geralmente são centralizadas e tomadas de forma mais rápida.”
Na prática, as igrejas não têm infra-estrutura de rede — até porque seria caríssimo — e geralmente não têm expertise própria. Para criar essas operadoras virtuais, costuma haver três partes envolvidas: uma operadora vertical (como Vivo, Tim, Claro ou Oi) que aluga parte de seus ativos, uma companhia que trata dos trâmites legais da construção da operadora virtual e, por fim, a denominação religiosa que entra com os fiéis. O interessante neste processo é que a igreja não costuma investir na criação dessas operadoras. É uma habilitadora de operadora móvel virtual que vai atrás delas.
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