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Música

Os Desert Mountain Tribe levam-nos numa viagem cósmica sem saírem do mesmo sítio

"Interstellar" é o novo single da banda de Londres e tem um vídeo deslumbrante, realizado por Daniel Turner. Os DMT tocam dia 8, no Reverence Santarém.

À partida, podes olhar para o novo vídeo dos londrinos Desert Mountain Tribe e pensar que é apenas mais um teledisco (isto se ainda disseres teledisco, claro!) com uns gajos a tocar em cima de um palco. Só que não. A obra visual realizada por Daniel Turner (Sound & Colour) para o novo single da banda de Jonty Balls (voz/guitarra), Philipp Jahn (baixo) e Felix Jahn (bateria), "Interstellar" é todo um portento de inovação técnica e deslumbre estético.

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Os Desert Mountain Tribe, que tocam no Reverence Santarém a 8 de Setembro (Palco Sabotage, 19h40) estrearam-se em 2016 com o aclamado pela crítica Either That Or The Moon, álbum de onde retiram agora este cut com pouco menos de cinco minutos de "Interstellar", originalmente um épico de nove minutos de pura viagem cósmica (tal como o título indica, pois claro).

Parte integrante da nova cena psych britânica, os Desert Mountain Tribe não deixam, no entanto, de ecoar outras influências talvez menos comuns em bandas contemporâneas. A Shinding, por exemplo viu por aqui ecos dos primeiros tempos dos Cult e dos Verve e a coisa não é assim tão disparatada. Chama-se, mais ou menos, rock clássico e isso só pode ser bom, ou não? (Não são vocês - vocês sabem quem são - que andam aí a comprar t-shirts de bandas rock clássicas na H&M à dúzia??!!!?? Então, pelo menos, ouçam-nas!).

Estes londrinos não têm medo (ou vergonha) dos clássicos. E ainda bem. E ainda bem também que se meteram nisto de um vídeo que não é o que parece. Daniel Turner, o homem por detrás da(s) câmera(s) explica: "Efectivamente, foi feito para parecer que se trata de um plano único - vamos de grande planos a planos apertados, com a banda a rodar no palco, acelerando e desacelerando numa espécie de efeito Matrix, com as luzes a acenderem e a apagarem completamente em sincronia com a música. Juntamente com o meu director de fotografia, desenvolvi uma forma de usar múltiplas câmeras, para conseguirmos montar um frame gigantesco, do qual nos podemos afastar e aproximar, bem como uma forma de enquadrar todos os efeitos com a música em si".

Para filmar "Interstellar", salienta Turner, "foram necessários meses de pré-visualizações, com animações 3D antes da filmagem propriamente dita, planeamento milimétrico de como os efeitos iriam funcionar, bem como um plano antecipado de iluminação e filmagem, muito semelhante ao que foi usado para cse chegar aos efeitos de luz do filme Gravity, por exemplo".

Centenas de loops e de milhares de linhas de código computacional depois, o resultado final está aí e é deslumbrante. Vê o vídeo acima e desfruta!