Este artigo foi originalmente publicado na VICE México.
Estar fisicamente sozinho na Cidade do México, onde vivem quase 22 milhões de pessoas, é uma tarefa complicada. Mas, estar sozinho e sentir-se sozinho são coisas diferentes. Em nenhum lado pode alguém sentir-se mais sozinho e perdido do que no meio de uma multidão urbana; há um tom particular na solidão que advém de viver numa grande cidade.
É paradoxal que nas nossas cidades cada vez mais populosas sejamos cada vez menos capazes de ter um contacto social significativo. Estamos mais conectados que nunca e, no entanto, tantos de nós sentem uma profunda solidão. Considero-me uma pessoa social, mas que também valoriza a solidão. por muito que desejasse sentir-me aceite na cidade do México, ao mesmo tempo ansiava estar fisicamente sozinha. E viver na Cidade do México requere um esforço sério para ter o tempo e o espaço para estar sozinha.
Foi assim que surgiu esta série fotográfica. Vivi no centro histórico durante os últimos dois anos. Saía de casa às primeiras horas da manhã para captar cenas em ruas que, normalmente, estariam saturadas de gente, de motas, de vendedores ambulantes, carros, táxis, barulho, fumo, contaminação… para encontrar uma tranquilidade pacífica em ruas vazias.
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16 de Setembro, 07:16. Em 2013 o Governo da Cidade do México realizou obras nesta rua para dar prioridade aos peões. Ainda assim, o acesso a veículos é permitido devido aos numerosos estacionamentos. É uma zona de negócios, muito típica do centro.
República de Colombia, 07:32. Entre o alvoroço do comércio de rua há um edifício que agora é um museu, mas que já foi a sede de um dos jornais satíricos pré-revolucionários mais emblemáticos do México: "El hijo del Ahuizote".
Mercado da Lagunilla, 07:56. Aqui pode-se ver a entrada do mercado da Lagunilla, um bairro com o mesmo nome que alberga quatro mercados fixos onde se vende roupa e móveis. Aos domingos a zona converte-se num dos espaços de venda ao ar livre mais conhecidos da cidade, onde se reúnem antiquários, comerciantes e artistas para comercializar a nostalgia.
La Alameda, 08:37. Desde a sua fundação, em 1592, é um dos parques mais concorridos da cidade. Rodeada por duas estações de metro, pelo Palácio das Belas Artes e pela Avenida Juárez, uma das principais do centro, a partir das sete da manhã e até de madrugada os seus caminhos costumam estar repletos de transeuntes, vendedores, dançarinos de rua, sem-abrigo e executivos.
Calle de Mesones, 07:12. Deve o seu nome a Don Pedro Hernández Paniagua, que em 1525 obteve licença para instalar um quiosque em sua casa, "para vender pão, vinho, carne e tudo o demais necessário para quem viesse…". Assim começou uma tradição.
República de Brasil, 07:23. A rua da República de Brasil nasce a poucos metros da Catedral. Entre aRepública de Cuba e a Belisario Domínguez encontra-se a Plaza de Santo Domingo.
Plaza de Santo Domingo, 07:25. Este é o lugar certo para tudo o que está relacionado com falsificação de documentos oficiais e onde os escrivães se convertem em "coyotes". Entre as ruas da República de Brasil, Cuba e Belisario Domínguez.
Belisario Domínguez, 07:41. Esta rua deve o seu nome ao proeminente médico e político mexicano Belisario Domínguez Palencia, de ideias liberais, defensor da liberdade de expressão e constante opositor de Victoriano Huerta.
República de Venezuela, 07:28.
Calle Apartado, 07:40. Esta rua tinha imensos postos comerciais até há cerca de um ano, quando o governo da cidade decidiu libertar o espaço.
Calle del Carmen, 07:51. Uma das ruas do centro histórico dedicadas ao comércio de produtos de beleza. Entre as ruas Carmen, Peña e San Ildefonso encontrarás qualquer cosia de maquilhagem e beleza que possas necessitar.
Calle Loreto, 07:12.
República de Argentina, 07:44. Antigamente, esta rua também estava cheia de comerciantes, cujos postos formavam uma espécie de tecto amarelo, azul e vermelho por causa dos toldos.
República de Colombia, 07:46.
Plaza de Santa Catarina, 07:48. Esta praça é uma das mais antigas da cidade e a única no centro histórico com quatro fontes. Formou-se em meados do século XVI, em frente à Paróquia de Santa Catarina e de um cemitério.
República de Honduras, 07:53.
Calle de Regina, 07:55.
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