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O Facebook tem um problema: os putos preferem o Snapchat

Estima-se que a rede social perca, ainda este ano, mais de dois milhões de utilizadores abaixo dos 25 anos de idade nos Estados Unidos. Mas, será isto o fim do império de Zuckerberg?
O CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, num encontro com um grupo de empreendedores e inovadores, na Cortex Innovation Community, em St. Louis, EUA, a 9 de Novembro de 2017 (AP Photo/Jeff Roberson)

Este artigo foi originalmente publicado na nossa plataforma VICE NEWS.

Recentemente, Mark Zuckerberg fez com que as acções do Facebook sofressem uma pequena queda de um penhasco, quando disse aos investidores que a rede social ia fazer mudanças para redireccionar os utilizadores a consumirem menos conteúdo na plataforma. Apesar de Wall Street não ter adorado as revelações, novos indicativos sugerem que Zuckerberg terá alguma na manga.

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Pela primeira vez na história, a empresa de pesquisa de mercado eMarketer antecipa uma vasta descida na utilização do Facebook nos próximos anos. As conclusões do estudo estimam que o Facebook vai perder, ainda este ano, mais de dois milhões de utilizadores abaixo dos 25 anos de idade (de entre um total de 170 milhões) nos Estados Unidos.

Apesar de muitos destes utilizadores estarem só a transitar para o Instagram, que se estima vir a ganhar 1.6 milhões de novos utilizadores abaixo dos 25 anos, espera-se ainda uma maior adesão ao Snapchat – 1.9 milhões ainda este ano, de acordo com a pesquisa da eMarketer.

“Em 2018 o uso do Facebook por pessoas abaixo dos 12 anos de idade vai baixar 9.3 porcento”, diz o relatório. “Além disso, o crescimento de utilizadores entre os 12 e os 17 anos e entre os 18 e os 24 anos vai descer 5.6 por cento e 5.8 por cento, respectivamente.”

Até certo ponto, isto não surpreende. Nos últimos dois anos, a imagem do Facebook tem sido afectada por uma série de escândalos no que respeita à difusão de informação, impactos negativos na saúde mental dos utilizadores, etc. Em resposta, o Facebook diz que vai tomar medidas para diminuir o tempo de uso da rede social, o que pode vir a dar espaço de manobra a outras plataformas.

Entre os anunciantes principais (chip blue advertisers), que vivem aterrorizados de que as suas marcas sejam associadas a ilegalidades ou a conteúdo ofensivo, estes problemas já levaram a condenações públicas de várias redes sociais, particularmente do Facebook e do Youtube. O director de marketing da Unilever, por exemplo, num discurso proferido recentemente, ameaçou retirar o dinheiro de publicidade a quaisquer serviços que não estejam “comprometidos a criar um impacto positivo na sociedade”.

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Mas, o Facebook, que detém o controlo do Instagram e do WhatsApp – duas das mais populares redes sociais no Planeta – provavelmente conseguirá manter uma boa parte do controlo do marketing digital, mesmo com a perda dos utilizadores mais novos ou com o nervosismo das grandes empresas. Em Setembro último, a eMarketer estimou que a empresa absorveu 27 por cento de toda a receita do marketing digital e móvel nos Estados Unidos em 2017.

Não é a primeira vez que se debate este tipo de preocupações. Em meados de 2015, depois de uma descida substancial na utilização do Facebook por adolescentes no ano anterior, a empresa foi acusada de ser “uncool”. Mas, isso não pareceu afectar o resultado final: a receita do Facebook mostra pelo menos 45 por cento de crescimento ano após ans, em todos os relatórios de lucros trimestrais desde então.


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