Esta matéria foi originalmente publicada na edição impressa de agosto da VICE US.O Raia Mutomboki (RM) é uma rede difusa de cidadãos armados, formando um dos maiores grupos rebeldes da República Democrática do Congo (RDC). O nome do grupo, uma expressão em suaíli para "cidadãos irados", sugere o ímpeto de sua criação: a indignação contra os massacres, estupros e incontáveis atrocidades que os congoleses sofrem nas mãos do Interahamwe, a milícia hutu que cometeu a maior parte do genocídio contra os tutsis durante a guerra civil de Ruanda em 1994.
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O Interahamwe habita as selvas do leste do Congo desde que fugiu de Ruanda, mais de 20 anos atrás. Sem esperança de voltar para casa, o Interahamwe tem tentado criar um lugar para si no Congo, atacando vilarejos e lutando pelo controle das minas e outras áreas ricas em minérios. Quando ficou claro que o estado congolês não conseguia proteger seus cidadãos, grupos de aldeões descontentes decidiram cuidar da própria segurança sozinhos — eles se uniram, se armaram e formaram o Raia Mutomboki. O grupo apareceu pela primeira vez em 2005, e depois de ficar inoperante por vários anos, reapareceu em 2011.O RM tem várias facções e cada vilarejo possui um líder. Algumas facções já entraram em guerra umas com as outras, e também foram acusadas de cometer exatamente as mesmas atrocidades que deveriam evitar. Outras são mais benignas. Entre dezembro de 2013 e janeiro de 2014, a fotógrafa Diana Zeyneb Alhindawi viajou para Kivu do Sul na RDC para fotografar os membros da facção Kikuni, que depois acabaria dissolvida.
Uma reunião dos combatentes do RM, usando folhas como camuflagem, depois de patrulhar áreas ao redor de Lulingu.