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O Vídeo-Lookbook da Fuct, "Due in Time"

Trouxemos até vocês o vídeo-lookbook da nova coleção e ainda batemos um papo com JR Ewing, o diretor criativo dessa icônica marca de streetwear.

Todas as animações por 8-Ball Tony.

A FUCT é uma marca de streetwear tão icônica que eu não devia estar aqui apresentando ela para você. Ela começou em Los Angeles em 1991 com Erik Brunetti e, desde sua concepção, tem permeado todas as subculturas jovens, do skate ao graffiti, do punk rock ao hip hop. Profundamente enraizada na teoria situacionalista, a FUCT foi a primeira marca a trabalhar realmente com reapropriação e recontextualização de imagens. Diferente de muitas outras marcas da época, a FUCT conseguiu se manter relevante. A empresa é uma raridade na cena da moda de rua, em que quase todo mundo está mais focado em ganhar dinheiro rápido do que em fazer roupas com integridade.

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Hoje, quem está à frente da direção criativa da FUCT é JR Ewing. Sob o olhar atento de Erik, JR foi encarregado de supervisionar as últimas temporadas da marca. Desde então, ele tem tomado uma abordagem temática e se inspirando no passado, presente e futuro, enquanto flerta com ideias controversas e imagens que ressoam com a estética da marca e sua longa relação com as estradas menos percorridas.

A FUCT sempre tira inspiração de lugares únicos. Na temporada passada, para sua coleção Raging Bull, eles escolheram como temas a imigração e a guerra contra as drogas em Juárez, México. Agora, para a coleção Due in Time, as musas foram as ruas claustrofóbicas da Banguecoque. Eles filmaram o lookbook acima lá, um vídeo cru e empolgante.

Fiquei tão inspirado pelo Due in Time que liguei para o JR para tentar entender o que passa por sua cabeça.

VICE: Qual foi a inspiração para tudo isso?
JR Ewing: Trabalhando com o Erik, tenho que escolher temas que provoquem sentimentos nas massas. Lidamos com temas com uma mensagem subjacente, com algo que se relacione de maneira próxima com as entranhas obscuras da cultura moderna. Mais importante, esses tópicos têm que ter um significado para todas as gerações de pessoas que apoiam a marca.

Por isso a coleção se chama Due in Time?
Chamamos isso de Due in Time porque todos nós já estivemos presos em algum momento, ou tivemos amigos próximos ou entes queridos que cumpriram pena. Presos por viver fora do que a sociedade considera uma “vida saudável” ou “normal”. Essas experiências compartilhadas nos moldaram em quem somos hoje. Para levar esse significado um passo adiante, aplicamos esse tema a pessoas que não estão fisicamente presas, mas que ainda conseguem se relacionar em algum ponto com quem está cumprindo pena. Você está tecnicamente “cumprindo pena” numa relação, num emprego, ou numa situação na qual você começa a sentir a dissidência de estar preso numa rotina.

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Também parece um jogo de palavras.
Sim, Due in Time mostra o otimismo e a luz no fim dos corredores escuros da vida. Queríamos que esse tema se traduzisse em ter fé, não importa a situação escrota em que você esteja. Quando você está preso, seja mentalmente ou fisicamente, é possível lutar para tirar o melhor disso e usar o que aprendeu a seu favor quando estiver finalmente livre.

A inspiração para a última coleção foi Juárez, México. Desta vez, vocês foram parar em Banguecoque, como?
Nossa equipe curte o lado bizarro da vida, as estradas menos percorridas. Essa sempre foi uma força por trás da FUCT. Documentamos nossas viagens para mostrar que tiramos nossa inspiração de fora da bolha da moda. Escolhemos Banguecoque por seus comércios indesejáveis e a dura realidade da vida lá. Mesmo que, exteriormente, Banguecoque seja uma cidade de primeiro mundo, com uma Starbucks em cada esquina, sentimos que o ritmo frenético e a vibração sufocante poderiam ser como uma sentença de prisão.

Ser preso no exterior não é brincadeira.
Na verdade, um amigo próximo de Erik, Steven Wong, está preso na Tailândia atualmente, cumprindo prisão perpétua. O governo tailandês queria pena de morte para ele. Mas, depois de muitos procedimentos judiciais, ele pegou perpétua. Wong foi uma figura central na história da subcultura da FUCT, e ele e o Erik tiveram uma banda chamada Lucifer Wong juntos.

Quem produziu o vídeo?
O time todo ajudou na produção. Adam Rossier fotografou o lookbook com ajuda de Jazz, eu dirigi e o Tony filmou. Quando falamos para o Tony que estávamos indo para Banguecoque, ele pegou uma câmera e decidiu ir junto. Ele nunca tinha filmado nada antes e, definitivamente, não tinha nenhuma experiência com edição de vídeo ou qualquer coisa assim, mas esse meio que sempre foi o espírito da FUCT.

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Foi assim com a Tailândia também? Algum de vocês já tinha estado lá antes?
Não. Ninguém tinha ido para lá antes. Há muita coisa para dizer sobre ir a um país onde você não fala a língua e aparecer numa cena que já está em movimento. Todos nós curtimos muito a experiência de aparecer sem avisar, experimentar a cidade da maneira mais orgânica possível e desfrutar da incerteza que acompanha tudo isso.

Você pode comprar as peças da coleção Due in Time da FUCT na loja on-line deles.

Para consagrar sua posição como força motriz na cultura de rua contemporânea, a FUCT lançou recentemente uma coletânea publicada pela Rizzoli Publications. Compre o livro aqui.

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