Johnny Marr: Skrillex… Hum, porquê? Por que é que me perguntaste isto? Porque ele vai tocar daqui a pouco.
Ah. Acho que é fixe. Ele tem vindo a evoluir nos últimos anos. É criativo, um bom artista. Não faz o meu tipo de música, mas respeito a cena dele. Acho que, um dia, teremos grandes discos do Skrillex. Acho que ele fez muito para difundir a música electrónica pelos EUA.
Sim, concordo. Julgo que prefiro o Skrillex de hoje ao Skrillex de início da carreira. Ele melhorou. Quando começou, não pensei que chegasse a este patamar. Quando crias arte, pensas que estarás a marcar um passo na história?
Não, isso seria um inimigo da criatividade. Mas penso que é uma questão válida. É uma das coisas boas da pop e é isso que a pop era quando começou, por exemplo, com o Andy Warhol. Ele captava a cultura da época de forma irreverente e eu gosto disso. Um dos problemas com a cultura rock dos anos 70 (que continuou nos 80s e 90s) era estar demasiado preocupada com o seu lugar na história. Tornou-se muito auto-referencial. Gosto de coisas que quebrem barreiras. Consegues descrever a primeira vez que percebeste que tinhas feito algo que afectou alguém?
Bem, a primeira vez que isso aconteceu foi quando alguém mo disse directamente. Se durares muito tempo, estas coisas acabam por te acontecer com frequência. Mas tenho dificuldades em analisar esse tipo de cenas. Se o conseguisse fazer, teria um ego desmesurado. Se vejo algo numa pintura que me toca, sejam as cores ou a forma, por exemplo, vou assumir que me posso identificar com a pessoa que a pintou. Gosto que as pessoas façam o mesmo com o meu trabalho, é bonito, mas está para lá da minha capacidade de análise. Não é só por mim, há mais coisas. Não quero parecer um hippie, mas há muitas ligações entre as pessoas.