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cenas

Fui ao Iberanime e encontrei lá os meus amiguinhos

Até para o ano, pessoas bonitas do Iberanime. Espero que a gente se volte a cruzar.

No passado fim-de-semana de 12/13 de Outubro, aconteceu mais uma edição da Iberanime no Porto. Para quem não sabe, este evento é peso pesado das convenções relacionadas com o mundo do manga, anime, videojogos e cultura nipónica em Portugal. Este tipo de eventos não é propriamente uma novidade para mim. Já tinha ido a convenções no passado e em todas elas dei concertos. Tenho tido experiências fixes. Lembro-me de, por exemplo, em 2010 haver um nerd revoltado que tentou sabotar a minha performance. Mas adiante. Como ávido consumidor de cultura nipónica e grande apreciador das relações de ódio com otakus (também tenho casos de amizade e amor, calma), peguei na Francisca Tadeu e fomos os dois até Gondomar ver o que se passava. Esta miúda a fazer cosplay de Ryuk arrepiou a nossa espinha. DIA 1 Chegámos ao pavilhão por volta das oito e meia da manhã e já havia gente a fazer horas para o recinto abrir. Enquanto isso, a Francisca tinha acabado de sair do PLANO B e nós fazíamos fila no Pingo Doce ali ao lado para comprar pilhas para o flash. Entretanto voltamos à entrada e estivemos a observar quem começava a chegar aos poucos. Abordávamos os cosplayers que nos chamavam à atenção e ficávamos ali no convívio a perguntar cenas sobre as suas personagens e coisas do género. Sentada num muro, estava a Maria, uma miúda que tinha vindo de Paços de Ferreira e que estava a fazer cosplay de Shizuo (Durarara!!). Enquanto ela dizia que amava ler yaoi, eu, não sei como, acabei por lhe falar durante uns bons 15 minutos sobre japanoise e as performances demoníacas de Hanatarash (era o que o Yamatsuka Eye fazia antes de criar os Boredoms) e dos Hijokaidan. A Maria estava à espera de uns amigos antes de nós aparecermos a chatear. O tempo ia passando e entretanto já havia gente de todos géneros, feitios, planetas e universos ali naquela entrada. Depois de tanta expectativa, abrem portas ao público por volta das dez e meia. Nós já tínhamos entrado no recinto uns 15 minutos antes porque o meu amigo Diogo Vasconcelos (da produtora de jogos portuguesa, Nerd Monkeys), tinha-me dito que a malta com entrada da press já podia entrar. Estava tudo com muito bom aspecto e rios de informação visual por todo o lado. A Francisca até estava a salivar com tanta figura, hiraganas, katakanas, kanjis e cenas. Eu só queria comprar uma daikimura porque o meu sonho é casar-me com uma. Para minha felicidade, foi logo a primeira coisa que vi. O ponto mais alto da entrada foi o breve cruzamento com a Leonor Gracias (aka Leo ou a mais conhecida cosplayer portuguesa). Pedi-lhe para tirar uma foto comigo e disse-lhe que estava confiante que ela já tinha ganho a eliminatória do World Cosplay Summit. Ela sorriu, corou e agradeceu. Ao ouvir as minhas palavras, alguém me diz “Não se lançam foguetes antes da festa!”. Mas também tinha feito melhor figura calado porque eu tinha razão. Além disso, ganhei uma foto com a Leo antes de ela vencer o WCS (e sem que estivesse equipada). Eu e a Leo a sermos bonitos com Daikimuras lá atrás. Não estamos de mãos dadas. É só um efeito visual. Entretanto o MC do Iberanime começou a dar as boas-vindas à malta que chegava e de repente vimos umas miúdas muito lindas a dançar enquanto lip-synching de músicas de um grupo J-Pop que não consegui perceber se era Morning Musume ou AKB48. Também me comecei a cruzar aí com amigos que já não via desde a última convenção que tinha ido em 2011 mas preferi ir beber algo. O Multiusos ainda estava um bocado no limbo porque a malta tinha acabado de entrar. Mais gente bonita. E conhecemos o João Umbra, que estava a fazer cosplay de Son Goku mas tipo, todo rebentado — aquele momento antes de ficar em Super Guerreiro e partir a boca ao Freezer, estão a ver não estão? Morre Freezer! Por volta das duas da tarde tivemos que voltar ao Porto. Inaugurava na Kate Skateshop uma exposição minha (sim sou um gajo muito hiperactivo e ocupado). Correu fixe, obrigado por terem perguntado. Fotografia rara da minha barriga gorda durante a inauguração.

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Estávamos impacientes e voltámos por volta das seis. Ainda deu para tirarmos mais umas fotos e pedir cigarros a um grupo de miúdas. Nesse grupo estava uma rapariga que foi a única pessoa a quem dissemos que éramos da VICE. Claramente não sabia o que era. Depois de uma breve festa de J-Pop entre as 19 e as 20, o dia 1 chegava ao fim. Nós acabamos por sair do Multiusos bem depois disso. Andamos a explorar os confins do pavilhão e, por sorte, ninguém nos expulsou de lá. As casas de banho com duche eram altamente e a água do lavatório era quentinha.

DIA 2 No domingo decidimos que tínhamos que almoçar noodles. Quer dizer, "decidimos". Era a única coisa que se podia comer no recinto. Zero vestígios de noodles.

Foi aí que reparei numa misteriosa litrosa partida no stand da Nintendo. Foi bem estranho e de um momento para o outro comecei a perceber que existiam muitos fluidos misteriosos naquela convenção até porque, enquanto estavamos a comer, a minha mochila ficou toda molhada com um líquido esquisito. Os sacos do lixo que se encontravam a uns bons 10 metros de nós também estavam a transbordar um líquido que parecia vindo de noodles instantâneos que já tínham sido consumidos.

Com tanto fluido, perdi amor ao dinheiro e comprei dois hentais com SM, transsexuais, coprofagia e mutantes dos anos 90. Escusado será dizer que ainda não sei japonê mas aqui o que interessa é a acção e os desenhos (que estivemos a tarde toda a analisar cuidadosamente) — se bem que também comprei um volume do Shinchan e um dos discos da OST de FLCL (que sempre foi e será o meu manga/anime favorito de todo o sempre). A Francisca também ficou uma mãos largas e deu-me umas figuras do Animal Crossing: New Leaf. Uma jóia de miúda. O mesmo não se pode dizer das casas da malta com quem fiz street pass que eram bastante inócuas (já agora, se por acaso se tiverem cruzado com um “Rabeta”, sou eu). Bem, mas as casas da Inês e do Pedro (o grande Wodash), eram as mais bonitas. Não se podia esperar outra coisa do casal mais bonito do Iberanime. Claro que ao presenciar tanta lamechice desafiei o homem para uma luta de Street Fighter 2 na Super Nintendo. Fizemos 3 batalhas de 2 rounds e depois do empate, houve um 3.º combate e eu perdi. Nem a Chun-Li me salvou… Fui um bocado massacrado com hadoukens, jesus. Também ninguém me manda estar a dançar enquanto estou a meio de um jogo de porrada. Secalhar o facto de ter perdido explica porque é que o Umbra, o Goku do dia anterior (e que estava undercover no dia 2), nos disse que estávamos mais calmos. Afinal de contas: eram só fluidos contra nós e hadoukens por todo o lado. “Por onde passavam ontem sentia-se uma aura de alegria”, disse-nos ele. Foi uma frase bonita. Deixou-me sentimental e ainda bem porque entretanto encontrei o Daniel, o meu melhor amigo de secundário que já não via desde então. Ele tinha na altura pelo menos umas 40 figuras da Rei Ayanami, mas agora já deve ter para cima de 100. Dei-lhe um abraço que durou 5 minutos. Tinha saudades deste miúdo. Ainda para mais estava naquele momento com o outro Daniel da minha vida, mais conhecido por Relíquias (graças a um webcomic desenhado pelo Jonyn que circulava pelos confins dos fóruns de anime chamado Viver com o Relíquias). Foi um bom momento. Até soltei lagrimita. Este casal a fazer cosplay de Shizuka e Nobita era lindo (e não, não é o Jorge Daniel). Os reencontros, desencontros, a chuva e a quantidade de pessoas bonitas deixaram-me melancólico. Tanto que acabamos por ir até à Tea Party das Lolitas. Era preciso fazermos pré-inscrição para entrarmos mas como éramos da imprensa, foi numa boa. Eu tive imensa vergonha de meter conversa com as Lolitas porque ou eram demasiado bonitas ou estavam com vestidos demasiado bonitos para os meus olhos. Sentia-me um farrapo velho e fiquei calado a apreciar aquela maneira de ser majestosa. A Francisca é que não se fez de tímida e, já na loucura, começou a disparar “flashadas” para todo o lado enquanto dizia: “És mesmo gira!” Esta miúda estava a fazer cosplay de uma personagem de Homestuck. Mas isso nunca me bateu nem sei bem porquê. Outra das pessoas que encontramos a passear pelo Multiusos foi o grande Stray. Não sei como foi lá parar, mas aposto que foi por saber que estava lá uma família onde pai, mãe e filha estavam a fazer cosplay de personagens da saga Star Wars. Por acaso ainda se chegou a ouvir a conhecida marcha algures naquele pavilhão. Estava a ser cantarolada por alguém no microfone do palco com Karaoke. Eu bem que queria ir cantar Jun Togawa, mas com a quantidade de vezes que a malta cantava a abertura portuguesa do Dragonball GT ou da primeira temporada de One Piece (que mais tarde ainda ouvimos a ser cantada pelos Gaijin Sentai), perdi a coragem. Cheguei a ter pena da Daniela, Dee e outras pessoas bonitas que estavam na banca de artista a a vender fanzines, prints e a fazer commissions enquanto ouviam a mesma música em repeat. Credo. Apanhamos estas meninas de surpresa. Quando damos por ela já são seis da tarde. Algumas das bancas começam a arrumar. Há muita malta que começa a ir embora porque tem camionetas e comboios para apanhar. Todo o ambiente fica um pouco triste, apesar de estar imensa gente a vibrar com o concerto dos Gaijin Sentai. Enquanto eu gritava o tema de abertura japonês do Dragon Ball Z, a fotográfa de serviço estava louca a dançar EBM (apesar de estarmos ali a levar com J-Pop). Viemos embora e vimos o rapaz mais bonito de todo o evento. Achámos que agora sim, estava na altura de partirmos. Ficou só o vazio do fim-de-semana louco que estava prestes a acabar. Apanhamos o autocarro e fomos para casa. Até para o ano, pessoas bonitas do Iberanime. Espero que a gente se volte a cruzar. Fotografia por Francisca Tadeu