Victor Mattina é um artista plástico que, apesar de nascido e criado na Cidade Maravilhosa, optou por pintar imagens achadas sobre canibalismo, retratos de terroristas enquanto crianças e paranoia. Ele também é meu irmão. Quando o questionei sobre os temas de suas obras, ele retrucou: “Percebi que leio muitas matérias e compro muitos livros sobre atividades consideradas brutais, criminosas e repreensíveis pela sociedade civil. Acho que faço isso pelo mesmo motivo pelo qual as pessoas param ao redor de um acidente fatal, mesmo depois de a vítima já ter sido coberta por um plástico preto”.
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Victor passa de 3 a 9 meses estudando sobre um assunto de seu interesse para encontrar as imagens que sintetizam uma ideia de mal-estar, no entanto, ele não pinta para desestabilizar as coisas, mas sim, para mantê-las instáveis.“Eu com certeza gostaria de adoecer o público, se tivesse esse poder. Quem sabe assim, o espectador, no auge da febre convulsiva que minha doença provocaria, conseguisse vislumbrar algum detalhe adormecido sobre si, da mesma forma como um stress pós-traumático nos revela tanto sobre nós mesmos.”