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Soviet Pop

Os integrantes do Soviet Pop, que se autodenominam uma "dupla de osciladores de som", moldam correntes elétricas em seus anti-hits vibrantes.

Os integrantes do Soviet Pop, que se autodenominam uma “dupla de osciladores de som”, moldam correntes elétricas em seus anti-hits vibrantes. As almas gêmeas andróginas Li Qing e Li Weisi formaram a banda em Pequim em 2009 inspirados por seus heróis pós-punk como The Normal e o Einstürzende Neubauten.

Poucas bandas chinesas estão no mesmo nível do Soviet Pop. É bem provável que eles sejam as duas únicas pessoas de todo o país capazes de operar seu instrumento de base – um sintetizador modular da década de 70 que contém seis painéis de amplitude com dials e conectores. Às vezes, os dois Lis usam essa arma secreta para construir melodias monofônicas em cima de linhas de bateria em fadin, outras vezes eles simplesmente incitam urros e sussurros com o estimado brinquedinho.

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O cenário incomum de Pequim é fonte de muita inspiração para eles. As scooters elétricas que zumbem por lá rivalizam com a quietude da era espacial e com os rangidos dos guindastes – duas realidades que nunca estão muito distantes. A poluição da cidade é tão espessa que é capaz de esconder o sol por semanas.

As letras monótonas em inglês de Li Weisi, embora um tanto difíceis de entender, são um relato contundente da alienação urbana dessa cidade que vem perdendo espaço para o deserto de Gobi. “Quanto mais a população cresce, menor fica a diferença entre as pessoas”, recita ele meio sonolento.

A fita de estreia do Soviet Pop, chamada Dialog, foi lançada pelo selo local Rose Mansion Analog. O próximo trabalho já está engatilhado com o selo Goaty Tapes, de Connecticut. A dupla acompanhou Simeon Coxe III, mestre septuagenário dos sintetizadores do Silver Apples, em sua recente turnê pela China.

- Palavras por Joshua Frank.

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