Barulho no Bixiga

Ma che cazzo?!

Nem na comissão de chiliquentos do Anhembi, nem no Bloco G da USP. A linda bateria de bombas da Polícia Militar fez os foliões dançarem mesmo foi no Bixiga nessa segunda-feira (20). Era o dia do Bloco Esfarrapado, que reuniu de "quatro a cinco mil pessoas", segundo o diretor Francisco Astornio, 64 (Chicão), das 12h às 19h nas ruas Conselheiro Carrão e 13 de Maio. "Tinha muita criança, pais de família, gente de fora -- até de outros países."

HAHAHA uma chupetona!

Muita curtição.

Até que, pelo que parece, alguém se exaltou e resolveu fazer da namorada pandeiro.

Esse aí é o exaltado.

Mamãe eu quero minha mamãe!

Diz o Chicão: "O que aconteceu foi que numa rua do lado tinha um pessoal com umas caixas de som malucas tocando aquele som lá, o funk. Aí tinha um rapaz que bateu na moça e foi preso. O bloco já tinha acabado. Foi um arruaceiro. Aí depois saiu briga entre eles, e eles deram garrafadas nos policiais. Tanto é que nós fomos pra delegacia depois, representado por outro diretor, e a própria policial disse que não teve nada a ver com o bloco. Desde o início até o final não tivemos nenhuma encrenquinha". Mas e as bombas? "A gente já tinha terminado e tava num barzinho tomando um lanche. Ouvimos o barulho, e no começo até achamos que era gente soltando rojão".

Busted.

Esse é um vídeo feito no dia.

Alalaô!

Outra fonte, responsável pelas fotos que você tá vendo -- e que preferiu não se identificar --, falou o seguinte: "Estive fotografando o bloco durante toda a tarde. Bem na esquina da Conselheiro tinha um carro particular tocando funk. Perto desse carro a concentração de jovens era maior. Tinha um cara discutindo com a namorada – parece que ele bateu nela, não sei, mas de fato foi uma briga de namorados. Um senhor viu e chamou a polícia – ele mesmo, aliás, tentou fazer papel de polícia. O menino ficou afoito, tentou fugir. O PM segurou a mão dele e começou a descer o cacete nele. Ele até começou a chorar. Só que vendo aquilo tudo, um exagero, teve gente que começou a tacar coisas na polícia. Quando acreditávamos estar tudo certo, chegaram mais policiais (Rocam e Força Tática). Eles subiram a rua Conselheiro Carrão até a 13 de Maio dispersando a multidão e jogando bombas de gás lacrimogêneo. Teve disparos de balas de borracha e arremessos de garrafas e latas de cerveja. O confronto aconteceu por volta das 19h. Logo após o incidente, todo o carnaval terminou tristemente. A comunidade do Bixiga foi duramente reprimida em pleno carnaval".

Ooô

OoÔ!

Claro que ouvimos a polícia -- que demorou, mas, muito educadamente e através do tenente coronel do 11º Batalhão Benjamin Francisco Neto, se manifestou por e-mail. "Sr., boa tarde! Considerando as questões formuladas, esclareço que;

1) o desfile transcorreu dentro da normalidade e sem qualquer incidente;
2) por volta das 19h30, logo após o encerramento do desfile, grande parte das pessoas que acompanhavam o bloco permaneceram no local e alguns veículos, utilizando seus equipamentos de som, promoveram um baile funk;
3) o indivíduo que está sendo algemado (no vídeo postado) havia agredido a namorada com vários socos na face e na cabeça, e a multidão queria linchá-lo;
4) os PM conduziram o agressor, que ficou preso por Lesão Corporal grave, e sua namorada, que era procurada da Justiça, foi medicada e ficou presa;
5) por volta das 19h50, foi solicitada a liberação da via e os ocupantes arremessaram garrafas contra os Policiais Militares, sendo necessário o uso de munição química para a dispersão da turba;
6) esclareço que nenhum civil ou policial militarer foram feridos, nem viaturas foram avariadas."

Carnatreta.