Não houve renúncia, mas houve protestos

A quinta-feira, 18 de maio, ficará marcada na história do Brasil. A data marca o ponto alto da incerteza sobre o futuro político-econômico do país. O áudio do presidente Michel Temer papeando com o dono da JBS, Joesley Batista, causou alvoroço. Irritado — ou tentando demonstrar firmeza — o presidente disse que fica. O dia do fico aconteceu às 16h, durante o pronunciamento oficial de Temer. O povo, por sua vez, foi às ruas depois do expediente em várias capitais do Brasil.

Em São Paulo, a Avenida Paulista foi o local escolhido. Por volta das 18h30 de quinta, manifestantes fecharam a avenida no sentido Consolação.

Um grupo de manifestantes ficou na frente do prédio da Presidência, mesmo com a barreira de proteção da Polícia Militar. Os organizadores estimam a presença de seis a oito mil pessoas. A PM não divulgou nenhum número oficial. A dispersão ocorreu pelas 22h30, como noticiado pelo Jornal Nacional.

Os protestos no Rio foram cobertos por chuva de papel e balões de festa na avenida Rio Branco. Grande parte se reuniu na praça da Candelária, por volta das 17h, em direção à Cinelândia, onde rolou conflito com os PMs, que reagiram contra os manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo e de efeito moral. Na Lapa, comerciantes criticaram a ação de motoqueiros e soldados do Batalhão de Choque da Polícia Militar ao dispersarem a galera que estava nos bares da região.

Frente Brasil Popular, Frente Povo Sem Medo, centrais sindicais e movimentos sociais convocaram um protesto via internet em Belo Horizonte. A Polícia Militar não divulgou estimativa de público, mas de acordo com a organização foram 50 mil pessoas, como informa a Rede EBC.

A praça dos Três Poderes, endereço do Palácio do Planalto, do Congresso e do Supremo Tribunal Federal em Brasília, reuniu aproximadamente 400 pessoas, segundo a Polícia Militar do Distrito Federal. Em Goiânia, 300 pessoas estiveram na Praça do Bandeirante, no Centro. Manifestantes cercaram um carro, que acabou atropelando uma mulher, que teve escoriações e está internada em observação, segundo o portal G1.

10 mil pessoas, de acordo com os organizadores, se reuniram no Centro de Recife para gritar 'Fora Temer'. Em Fortaleza, aproximadamente três mil manifestantes se reuniram na Praça da Bandeira. No Belém do Pará, cerca de mil pessoas, segundo os organizadores, se reuniram em frente ao Mercado de São Brás, no Centro, e seguiram em uma passeata pela cidade. As PMs das capitais não divulgaram números oficiais.

Na Esquina Democrática, no Centro de Porto Alegre, 30 mil pessoas participaram de uma caminhada. A Polícia Militar calculou 24 mil. A caminhada se encerrou no Largo Zumbi dos Palmares. Um grupo menor que seguiu até Avenida Ipiranga, entrou em confronto com a Brigada Militar (BM). Os policiais utilizaram bombas de gás para dispersar os manifestantes.

Protestos também foram registrados em capitais como Florianópolis, Curitiba, Vitória, Salvador, Natal, João Pessoa, Maceió, São Luís, Aracaju, Teresina, Campo Grande, Cuiabá, Manaus e Macapá. Para o domingo (21), seis mil pessoas estão confirmadas para ato 'Fora Temer, Diretas já' em São Paulo. Mil pessoas prometem comparecer a ato em Brasília.

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