Como já previamente esperado, os verde-e-amarelos se reuniram no domingo (4) em diversas manifestações espalhadas pelo país para protestar contra a corrupção e pela continuidade da Operação Lava Jato. Os atos que reuniram mais gente aconteceram em São Paulo e no Rio, além de terem cobertura massiva da mídia.
Após uma semana conturbada no cenário político, envolvendo desde a aprovação do texto-base da PEC 55, a a “desfiguração” do pacote contra a corrupção na Câmara dos Deputados e um princípio de ameaça dos procuradores da Lava Jato de renunciarem as investigações, o coro dos manifestantes ao longo do país foi contra o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB) que defende a lei de abuso de autoridade contra membros do judiciário, e Rodrigo Maia, presidente da Câmara dos Deputados (DEM).
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Em São Paulo, os manifestantes se reuniram na Avenida Paulista por volta das 14h30 e dispersaram às 19 horas quando a via foi aberta novamente para a passagem de carros. Segundo a Polícia Militar, aproximadamente 15 mil compareceram ao ato, ocupando sete quadras da Paulista. Número bem menor se comparado a atos anteriores que pediam a saída de Dilma Rousseff.
Seguindo a tradição de protestos verde e amarelo, compareceu também a ala simpatizante da intervenção militar e o setor de evangélicos com a igreja frequentada por Eduardo Cunha, Sara Nossa Terra, pedindo uma ‘intervenção divina’ no país contra a corrupção. Quando o helicóptero da PM sobrevoou o ato, os manifestantes aplaudiram. Não faltou também homenagens ao juiz federal Sérgio Moro e aplausos ao discurso de Regina Duarte, que falou em um dos trios elétricos na avenida. O senador Ronaldo Caiado também compareceu à manifestação e foi simultaneamente paparicado e vaiado por ser político.
No Rio de Janeiro, cariocas se juntaram na praia de Copacabana na altura do Posto 5. O protesto também reuniu milhares de pessoas, mas não teve o número divulgado pelas autoridades. Os grupos que convocaram o ato dizem ter comparecido cerca de 600 mil pessoas, mas as imagens da manifestação colocam estas estimativas em dúvida. Além de organizações de direita como o Vem Pra Rua e o MBL, a Associação dos Magistrados do Rio de Janeiro (Amaerj) e a Associação do Ministério Público do Estado (Amperj) também convocaram a presença massiva na manifestação.
Assim como na capital paulista, manifestantes gritaram contra Calheiros e Maia e depositam suas esperanças na atuação de Sérgio Moro, que declarou apoio às manifestações na sua página oficial moderada por sua esposa, Rosângela Moro. A ala dos que pedem a intervenção militar também marcou presença.