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Politică

A molecada na Paulista enfrentou os apoiadores de Bolsonaro com beijos

E adivinha de que lado a PM ficou.

Após as imensas manifestações de mulheres pelo país neste último sábado (29) contra a ascensão do fascismo e do ódio representados pelas posições políticas do candidato a presidente Jair Bolsonaro e de seu vice, o general Hamilton Mourão, os apoiadores da chapa do PSL resolveram fazer também seus atos no último domingo (30).

Na Avenida Paulista, em São Paulo, o protesto dos apoiadores de Bolsonaro tinha as mesmas características dos atos a favor do impeachment: um trio elétrico em cada quarteirão da via, apoio e proteção da Polícia Militar aos manifestantes, que eram em sua maioria pessoas brancas. A concentração era maior próxima ao Masp. Enquanto entrevistava um PM, Ana Nery, repórter da Rádio Bandeirantes, foi insultada por manifestantes e enfim agredida por um deles.

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Perto das 16 horas, o tempo mudou rapidamente e caiu um verdadeiro temporal de chuva e fortes ventos, o que praticamente encerrou a manifestação.

Só que a juventude que frequenta o vão livre aos domingos não ficou quieta depois de ouvir todo o discurso pró-Bolsonaro e, quando se viram cercados por seus apoiadores, não pensaram duas vezes, gritando unidos: “Ele não!”

Aí, o tempo fechou de vez. Todas aquelas pessoas educadas, defensoras da moral, da família e dos bons costumes começaram a xingar de uma forma que fariam o Querô de Plínio Marcos se enrubescer.

Rapidamente os palavrões e as provocações transformam-se em ameaças, inclusive com o gesto que virou marca do candidato, dedos em riste em forma de arma de fogo, com seus apoiadores apontando a todos que não estavam com eles.

E quando aumentava a intensidade das ameaças e mais e mais dedos em forma de arma eram apontados, a garotada respondia com a sabedoria que somente a juventude pode ter em um momento como esses: com beijos públicos.

Não importava quem se beijava, meninas com meninos, meninos com meninos, meninas com meninas, qualquer beijo, qualquer demonstração de amor ou o grito de “Ele Não”, só fazia aumentar o ruído dos apoiadores que a garotada chamava de Coiso.

Alguns garotos e garotas demonstravam claramente que não estavam nem aí para os seguidores do Coiso, e mesmo quando parecia que Hades estava abrindo os portões do mundo subterrâneo, alguns se empolgavam mais ainda na pegação. Nada parecia perturbá-los.

Então, os jovens foram então expulsos. A Força Tática se posicionou atrás da área coberta, sob a chuva, e com os escudos vieram empurrando a molecada para fora do Vão Livre do Masp. Será que a polícia tem um lado?

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