Naquela quebrada, a festa pareceu rolar a partir dum som que representa a própria quebrada. Foi assim que, no último dia 12 de julho, um sábado, o baile começou. Ainda eram 20h quando geral começou a colar no Capão Redondo, em São Paulo. Aos poucos, começaram a aparecer os manos das quebradas vizinhas: do Vale das Virtudes, Morro do Piolho, Inocoop, Sabin, enchendo o ambiente com a fumaça de seus narguilés — que não era a única presente por ali.
Lá pelas 22h, o fluxo já é muito mais alto astral. A noite não era das mais quentes, mas movimentação trazia o calor necessário à continuidade da festa.
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A polícia não deu as caras, já que a festa tinha o aval da subprefeitura para acontecer. Mas foi com o esforço de alguns moradores da própria comunidade que o rolê se concretizou. Essas festas rolam como uma alternativa de lazer pra rapaziada da periferia que, ou não pode, ou prefere não se afastar de seus bairros para curtir a noite. Entre papos e “trocação” de ideias um fera lá me disse: “É melhor ficar na quebrada do que ir pros rolês do Centro e acabar tendo que roubar algum boy”.
Enquanto o DJ Lipão fritava os autofalantes com cornetas, as barracas de comidas e bebidas, que mais cedo serviam senhoras, senhores e crianças, alimentavam os guerreiros e guerreiras “bailistas” com espetinhos, hot dogs, vodca e uísque com energético. Afinal, não pode deixar cair. Ou pode. O lance mesmo era que todo mundo ali caísse no embalo do pancadão que, às cinco horas do domingo (13), ainda ecoava bairro adentro.
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