Música

O metal underground do Brasil ganhou o mundo. E agora?

No último dia 28 de junho, uma notícia tomou de assalto todos que fazem parte de alguma forma do metal/punk underground do Brasil: a Neurot Recordings, lendária gravadora dos caras do Neurosis, anunciou o lançamento do mais recente disco dos brasileiros do Deaf Kids, Configuração do Lamento, no próximo mês de outubro. Como se isso não fosse o bastante, essa revelação chegou uma semana depois da confirmação do sempre aguardado mas nunca esperado show do Neurosis em nosso país, que finalmente acontecerá em 8 de dezembro, em São Paulo, pelas mãos da produtora Abraxas.

“Eu não estava preparado para o quanto ia amar esse disco (Configuração do Lamento)”, conta de forma empolgada o guitarrista e vocalista do Neurosis, Steve Von Till, em um post no blog da Neurot, sobre como conheceu os brasileiros por meio de um post do site canadense CVLT Nation, que elegeu o álbum do grupo de Volta Redonda, no Rio de Janeiro, como um dos melhores lançamentos de 2016, ao lado do último trabalho do próprio Neurosis, Fires Within Fires. “Acho que o escutei três vezes seguidas logo de cara.”

Videos by VICE

Segundo o guitarrista e vocalista do Deaf Kids, Douglas Leal, o primeiro contato de Von Till com a banda aconteceu em janeiro deste ano após o dono do CVLT Nation, Sean Reverson, lhe escrever pedindo seu e-mail em nome do vocalista do Neurosis. “Aí no dia seguinte, ele (Steve) mandou um e-mail dizendo ‘Pô, ouvi a banda, achei muito foda. Chutou a minha bunda (risos). Mostrei para os outros caras do Neurosis e a gente concordou que gostaria de lançar alguma coisa de vocês e ajudar a espalhar o lance no futuro’. Aí respondi dizendo que ainda não tínhamos lançado o disco em vinil e que era algo que queríamos fazer.”

Primeiro full length com letras em português do Deaf Kids, Configuração do Lamento foi lançado originalmente em junho do ano passado em fita K7 (pelos selos Burning London, Raw Records e Untitled Tapes) e agora ganhará versões em CD e também em vinil de 10 polegadas pela Neurot, um formato que ainda faltava na discografia do trio. Gravado em apenas um dia e mixado em outros dois, o álbum traz a banda, que também conta com Mariano de Melo na bateria e Marcelo dos Santos no baixo, mais afiada do que nunca em seu caos sonoro cheio de experimentações com ruídos, microfonias, repetições e percussões.

Leia o restante da matéria na VICE.