Minha introdução ao mundo dos clubes e à cultura noturna não aconteceu em Londres, Manchester ou Brighton. O DJ Terry Johns me apresentou ao meu primeiro clube na minha cidade natal, Hastings, quando eu tinha apenas 13 anos. Aquele dia mudou minha vida e eu soube, a partir daquele momento, que queria ser DJ.
Quem imaginaria que, nos anos 80, uma cidadezinha pacata como Hastings poderia ter um lugar como o Downtown Saturdays, um clube com um sistema de som customizado, inspirado no Richard Long e construído pelo Keith Hardy? Lembro de Keith falando sobre este sistema em Nova York e de como o som era incrível. Só voltei a ver caixas de som como aquelas quando o Ministry of Sound foi inaugurado nos anos 90. O Downtown Saturdays também trazia bandas antes delas explodirem, incluindo Tears For Fears, Haircut 100 e Divine.
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No Downtown Saturdays, um DJ de Brighton chamado Barry Page mixava como um mago durante cinco horas seguidas, duas vezes por semana. Ele tinha o set de faixas mais eclético de todos, indo do new wave ao electro, passando pelos últimos lançamentos americanos. Aprendi muito só de vê-lo tocar e mixar suas seleções. Isso foi antes do acid house, e não havia DJs convidados, só residentes. Via Barry tocar sempre que podia. Depois que me tornei amigo dele, ele me deixava tocar durante a primeira hora, quando o clube abria. Passar de tocar no meu quarto para tocar em um grande sistema de som foi um passo enorme, mas me deixou confiante para tocar para uma multidão.
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Me tornei DJ residente do clube quando tinha 18 anos. Eu tinha que ir até lá durante o dia, limpar a cabine, checar o sistema de som e consertar qualquer luz que não estivesse funcionando. Quando o acid house começou a explodir, o dono do clube decidiu voltá-lo para uma direção mais comercial. À esta altura, eu tinha sido mordido pelo bichinho da rave e organizava a festa Bedrock. Também estava querendo tocar na nova e empolgante cena que havia no outro lado da costa sul de Londres. Aprendi muito naquele período — como administrar um clube e programar e controlar o ritmo dos meus sets; eu diria que, se não tivesse passado por essa fase, não estaria onde estou hoje.
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Tradução: Fernanda Botta
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